terça-feira, 29 de março de 2011

Travessia


Contemplo as palmas dos coqueiros
Sob os raios de Sol de frente ao mar
dançam ouvindo a música
e como o vento não param de suspirar
Logo, serena vem a dor no peito
Dessa imensa vontade de voar
Folhas enfeitadas entregues ao tempo
Voltam vazias sem nada para contar
Paisagens que não vivi,
Como voltar se de lá nunca partir?
Que parte de mim ainda não tenho
E se de tanto querer nunca conheci
Como sorrir inventando mil fantasias
Quando a realidade já não mais permite
Onde foi parar a montanha e a casinha
E o jardim de flores humildes?
Como chorar a saudade vazia
Se os meus olhos secos fogem por aí
No desejo profundo de reviver o brilho que havia
Vou-me embora nesses versos
Atravessando o mar que resisti!