sábado, 29 de agosto de 2009

Caminho...




Caminho no sereno da noite

Procurando respostas que nunca encontrei

Os sonhos que ainda não vivi

As lembranças que não guardei

As folhas das árvores e o vento

Companheiros de cartas e sentimentos

Eternos do meu coração

O que faço aqui

Porque quando olho não te vejo?

Como decifrar nesse silêncio

O teu rosto em segredo?

Como poderei te sentir?

Mostra o que há de profundo

Mesmo que seja passageiro

Faça mover o mundo

Toca meu coração lá bem fundo

Sente as maravilhas desse luar

Ou assim como veio, desapareça

Nessa estrada em que me cabe

Já não posso mais te reinventar

Nem deixar que de mim, eu esqueça.

sábado, 15 de agosto de 2009

O Lar dos Ventos - 2000


A missão havia sido terminada
O canto do vento ecoava pela casa vazia
Tão misteriosa que sua essência seca
Era capaz de rasgar as lembranças mais distantes
Mesmo a mais feliz!
Ali haviam sonhos de corações partidos
Alucinações e espelhos quebrados
E um som áspero de um lar que não era mais colorido:
O Lar dos Ventos!

Tempo de menina


Sinto o cheiro da minha terra
Quando fecho os olhos a sonhar
Lembro daquele jeitinho que há nela
Lugar algum, igual não há

As cantigas do meu tempo de menina
Da fogueira sob o luar
A pureza dos severinos e severinas
Batendo palmas a dançar

As Donas Marias e os seus Josés
A cocada alegre de Dona Dina
O juju fresquinho da Colina
E na casinha de Dona Tonha
O cheirinho carinhoso de seu café

A casinha de camponesa
Onde vestia a saia branca e ia pescar
Colhia as flores na beira da represa
Pro meu cabelo despenteado enfeitar

E montada no cavalo branco
Brincava de heroína pelas serras e montanhas
Como o Dom quixote e o seu fiel Sancho
Vencia os vilões entre os gigantes pés de manga

A brisa do mar nos coqueirais
O colar de conchas que fazia
Tudo era do tamanho da paz
Mal nenhum, existir poderia

Bruxas e fadas sorriam para ela
À camponesa, à heroína, à sereia do mar
Um mundo de sonhos e aquarelas
Iluminavam a menina, que cedo aprendeu a voar!

Palco - 2005

Nas minhas confusões mentais
Encontro confissões desiguais
De sensações que eu não quero sentir
E nesse emaranhado de pensamentos
Faço força para esquecer o que eu não já não tenho
E desse mundo insensato fugir
Sem volta ou recomeço
De tanto lembrar eu me esqueço
E viro o que quiser de mim
Qualquer ilusão real
Que troca de papel nesse palco sem fim!

Pra me surpreender!




Mergulho no teu olhar interior

Quando distraído olhas para mim
Eu ouço o som da tua voz
Mesmo quando nada diz
Desejando a tua entrega
Debruço minha saudade na janela
E espero o sol chegar com você
Pra me surpreender
Eu me perco buscando
O teu caminhar sobre nós dois
A tua procura pelo nosso encontro
E nos olhos do horizonte
Ver-me refletida na inocência sincera dos teus sonhos!