segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O som da flauta...





Abri a janela
E lá estava ela,
Com estrelas nos olhos
A lua de neve aquarela
Quanta saudade, meu riso sorriu
Ela abraçou-me com os seus sonhos
e um orvalho caiu...

Cantamos unidas
A lágrima de louvor
Do universo, infinita
Uma brisa voz sussurou...
Minha Filha!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Introspecção



Deixa eu sangrar
Por esse momento
Deixa explodir o meu templo
E esvaziar meu coração
Nesse escuro delírio
De fé e desilusão
Deixa-me partir
Em mil pedaços
E rasgar a memória do que passou
Deixa eu chorar esse tempo
Deixa eu gritar aqui dentro
Romper o silêncio da razão
Libertar a emoção ferida
Derramar os ventos, os cheiros
As labaredas desse sonho
O chá de camomila
A calma suicida
Deixa sangrar ao menos
Deixa voar então
A alma e meus lamentos
E as coisas como estão
Frases feitas, flores artificiais
Sentimentos que só enfeitam a cor da verdade
Da vida quero beber muito mais
Mas não, não na beira desse cais
De mentiras e ilusão
Deixa eu sangrar aqui dentro
Deixa esvaziar o meu coração
E por todo esse momento
Eu te peço:
Não me deixe não!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Pedras...

Pedras sozinhas.
Chorando caminham.
Pelo mundo vazio.
Só restam elas.
Pedras.

Quebrei a redoma
sangrei as mãos
juntei os cacos
joguei no abismo
pra não deixar vestigios
dessa minha prisão
canto infinito
minha voz ecoou
pelo espaço vazio
meu canto lavou
a dor da prisão
a falta de amor
agora estou num lugar
onde a paz não tem fim
sou anjo, sou pássaro
sou eu em mim!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Atravessiamo!

Partir de tudo o que não somos
Deixando tudo o que não é nosso
Partir sem medo de abrir a porta
E simplesmente ir,
Com a coragem na mala de viagem
O peito carregado mas nunca vencido
Sigo a estrela da minha manhã mais ensolarada
Abençoado pelos raios que coloriram meu sonho
Sentados numa pedra solitária na beira do mar
E o pensar e o achar, são apenas o que acham e o que pensam
Mas não são o que somos e o que queremos
Deixaremos o sabor artificial de uma vida mistificada
Porque queremos a virtude original de um sonho sendo respeitado
Acreditado, e porque não admirado?
Buscaremos o que nos cabe, o que nos move,
E o que nos move nos mantém vivo,
Nos mantém humano
Demasiadamente aquilo que amamos ser.
Parece estranho quando um olhar estranho
Vê apenas o que pode ver
E do lugar onde estás julga poder entender
O querer de uma alma com sede
Mesmo sem o juízo do mundo,
Quando lhe julgam absurdos
Eu encontro o abrigo de mim mesma
Sabendo de tudo o que plantei e colhi
Sementes e espinhos
Que me fizeram chorar e sorrir
Mostram que eu aprendi
Do amanha nada saberemos
Podemos seguir um curso perfeito
Programado, onde tudo seja  estudado
Qualquer futuro defeito ou erro
Pra que tenhamos apenas a opção de acertar
E assim satisfazer as expectativas que nos cercam
Mesmo quando elas não tem a intenção de nos atropelar
Não importa como...
Mas chegaremos...
Percorrendo do nosso modo,
Se é o certo, se é errado
Ninguém pode prever
Se não arriscar!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Serenitá!



Eu danço e me curvo
E o vento forte já não pode derrubar-me
E essa tempestade que vai e volta
Torna-me bailarina da vida que escolhi amar
Inteira nunca pela metade
Intensa nunca superficial
Serenitá eis minha companhia
Criando e recriando essa colcha de tantos retalhos
Dores e alegrias de outrora
Sonhos despedaçados
Eu bailo e me encanto
A cada sonho renascido
A cada retalho costurado
Revivido!
E nesses dias tão frios
Nada arrebenta a paisagem desse coração
Que silenciosamente resiste
Com toda a poesia que me faz ser
Serenitá:
Julie!

terça-feira, 29 de março de 2011

Travessia


Contemplo as palmas dos coqueiros
Sob os raios de Sol de frente ao mar
dançam ouvindo a música
e como o vento não param de suspirar
Logo, serena vem a dor no peito
Dessa imensa vontade de voar
Folhas enfeitadas entregues ao tempo
Voltam vazias sem nada para contar
Paisagens que não vivi,
Como voltar se de lá nunca partir?
Que parte de mim ainda não tenho
E se de tanto querer nunca conheci
Como sorrir inventando mil fantasias
Quando a realidade já não mais permite
Onde foi parar a montanha e a casinha
E o jardim de flores humildes?
Como chorar a saudade vazia
Se os meus olhos secos fogem por aí
No desejo profundo de reviver o brilho que havia
Vou-me embora nesses versos
Atravessando o mar que resisti!