terça-feira, 26 de junho de 2012

Não sei.
Não sei...
Não sei!
Não serei?
Sei não.
Sei não...
Sei não!
Serei não?
Não sei não, senão não serei!
Pior o talvez?
Ou o não sei?
Tanto fez, quanto faz...
Quanto faz, tanto fez!
Tanto fez, tanto faz?
Serei não sei, senão
Nunca saberei!

Como saber o que não sei,
se não serei o que saberei?
O que quero ser, nem sempre eu sei,
Mas não serei o que não sou e não sei!

sexta-feira, 22 de junho de 2012



Tem nos olhos um planeta
De mil estrelas, mil moradas
Habitam os ventos e os jardins
Risos e mistérios da minha alma
Tem na voz um poema
Mais leve que uma pena
Essa voz que não se fala
Sopro de uma sabedoria calma
Quase nunca se revela
Quase sempre se cala.
Tem nas mãos os teus segredos
Nessas linhas tão definidas
Caminhante vencendo seus medos
Mãos que curam minhas feridas
E os pés que tanto me confundem
Escolhas, tuas vindas e idas
Guardam o segredo do teu nome
Tens no corpo tuas marcas
Histórias, lugares, razões
Anjos, Corujas, Pássaros
Mares, montes, pipas e dragões
Tens o rosto desse corpo
Tens o corpo dessas mãos
Tens os olhos desses pés
Tens os pés no coração
Quem somos nós? Por que estamos aqui?
Nessa realidade de contradição
Pra quê saber se não é permitido
Desvendar o que não se entende com a razão
Pra quê respostas do desconhecido
Se hoje somos o que não tem explicação.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Longe

Partiu-se a pedra que achou preciosa
No deserto da alma em que padeceu
Os sonhos e as lembranças silenciosas
Retratos que não viveu
Ansiosa pelo que havia
De ar dentro da pedra
Nem barro, nem pó, nem poesia
Nenhum vestígio dela
O longe já existe em algum lugar
E avistar paisagens não alivia
A palidez no tempo presente
De coisas que não queria
O alcance da flor sagrada
Aquela que coloriu amarela
Orvalho, folhas, areia e pedras
Buscam o destino em que nasceu
Brincando com a sorte e o vento
Cantarolando luares como um arlequim
Desfazendo os mundos e as pessoas
Que não houveram
Nem estiveram aqui
Aonde estão os segredos que foram revelados
Aquela luz, com cor de dourado?
Aonde estão o mesmo rosto, o mesmo olhar
Quando depara-se no espelho sem reflexo
Fantasmas e memórias a lhe perturbar
Pedra preciosa noutro tempo mágica
Parte-se e o vazio preenche as horas
No relógio do mundo
Descompassa o coração mudo
Onde a vida tenta sobreviver
Em menos de um segundo.