quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Minha vida em 2009!

2009 foi sim o ano mais importante da minha VIDA! 2009 nasceu com sabor de esperança, viveu o prazer da superação e realização, e irá embora deixando o valor eterno de um recomeço inesquecível! 2009 revigorou minha alma com os tons da minha infância, aquela coragem guardada lá no fundo renasceu nas asas amarelas que voaram e se entregaram às oportunidades trazidas nas mãos do vento Sul. Agarrei-as sem medo, com lágrimas nos olhos, com sede de mim!
Aprendi tantas coisas, reaprendi outras, desaprendi muitas, e renovei todas as minhas forças e crenças! Hoje olho para dentro de mim e vejo a esperança revestida de coragem! Posso dizer que apesar da saudade da minha terra, eu encontrei nesses ares a Julianne que pensava haver perdido no meio do caminho. Essa Julianne com sonhos de umA “Quixotesca” ainda vive em mim os mais loucos e belos ideais, em todos os seus gestos e ações! 2009 reacendeu-me à luz da minha vida! MINHA VIDA! E claro, não teria conseguido alcançar tal benção se não fosse o amor de todos que guardo no meu coração! Pessoas que estão longe, mas que só num suspiro de saudade já sinto tão pertinho do meu coração o seu abraço! Pessoas que encontrei aqui, que reencontrei e que ao repetir diferentes vezes a mesma mensagem em que ouvir a vida inteira de almas que cruzei pela vida: não desista, eu acredito em você!; refizeram minha vontade de continuar a ser o que eu sou, e lutar pelos meus sonhos, mas, a principalmente a olhar pra mim, e ser feliz!
A humildade de gente que me sorria com o mais puro sentimento de uma alma. Todo o bem, toda a cor, todo o amor, está aqui dentro pulsando sem parar! Celebrando a vida, o recomeço e a coragem que sobrevive e me ensina a buscar a cada dia um mundo melhor!

“O mundo começa agora! Apenas começamos!”

Que venha 2010!!!!

Paz e Amor a todos!

Enfim, o vôo!




Enfim ela voou!
Voou pelo ar rodopiando mundo a fora
Às novas paisagens que despertaram no seu coração
...Preenchidas de esperança!
Libertando-se do sofrimento de outrora
Ela voou às montanhas da tão sonhada realização
Farfalla Amarela!
Reflexo do Sol, do luar do sertão!
Eis a época do seu mais belo vôo
Sem a pressa de chegar e sem medo de voltar
Ao passado de larva e melancolias...
Hoje sorri serena
Com o brilho de orvalhos que cristalizam suas asas à luz da manhã
Tempo de novas quimeras
De um ideal protegido com amor
Tempo de viver
A felicidade que em ti desabrochou
Reunindo corpo, coração e mente!
Renascimento!
Nos teus olhos castanhos
Nos tons dourados de suas asas
Os desejos e a luta dessa mulher
Os sonhos e a teimosia daquela menina
E o aprendizado fiel de um ser que acredita na essência da alma!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

14-12-2009, Joinville, SC.




Chega uma hora que a gente cansa. Cansa e não quer saber. Cansa e não quer olhar para não mais ver. Não quer tocar para não mais sentir. Não quer mais falar o que nunca chegou a ouvir. Não quer mais chorar o que deixou de sorrir. Chega uma hora que as estrelas tornam-se ilusões de um admirador solitário, e o coração exausto pára de viver o que um dia, com coragem, acreditou!
Esse coração que já viajou os sete mares, já lutou em tempestades, onde o vento frio tantas vezes o despedaçou. Esse coração que transborda amor quando bate, que como rosa se abre a todos que no seu caminho já encontrou. Que voa leve feito pluma, dançando música, fazendo do sonho uma obra pura de arte, que enaltece os olhos de quem o vê, de quem o acredita, e com os olhos da alma fita a sua verdadeira face.
Esse coração que se entrega sem medo de fazerem dele como aqueles velhos brinquedos que já não “servem” mais... Esse coração que acredita na força do amor, e nada pede em troca, que se sorri ou se chora, suspira a paz pelo simples dom de se doar a alguém. Um coração que vibra ao sentir o som das asas de borboletas entre as flores, que respira a manhã que chega com o canto dos bem-te-vis, descobrindo no eterno sabor de cada segundo, pulsar a razão do existir.
Esse coração que pula feito menino, corre, grita, canta, perde o tino, ao calor das mais suaves e profundas emoções, abraça outros corações e percorre o infinito, como um cometa, desenhando no imenso universo o som de um belo sorriso amigo.
Esse coração que está cansado... Tem medo de ficar congelado no tempo desse mundo apressado, que futiliza todos os nossos gestos, palavras, sentidos. Esse coração exausto já quase não alcança os próprios passos rumo à felicidade de ser.
Chega uma hora que se cansa de ver a esperança esvair em versos de dor. Chega o momento que tudo o que queremos é ser sentido e amado, ser acolhido pelos braços de alguém que também acredita no ser, que vive aquilo que faz, que sente aquilo que diz, sem ser aparentemente um a mais... Mas que seja um a menos, em meio a multidão de coisas superficiais.
Sentada no banco da praça, no centro da cidade, em meio ao barulho dos automóveis, dos calçados que se desgastam na pressa, nos passos pesados que os levam aos destinos onde já não são... Eu ainda ouço o som dos pássaros, o vento nas árvores, e o pulsar de corações nas diferentes expressões que o tempo do mundo esculpiu. E de repente, meu coração avista uma criança com seu balão a brincar. Segura-o com amor e cuidado, para ele não fugir... Porém, distraída, olhando as pombinhas do chão, corre feliz entre elas, e escapole dos seus dedos o seu colorido balão. Quando se dá conta, num gesto singelo, a criança põe-se a sorrir, diz adeus ao seu balão colorido e o acompanha com os olhos cheios de brilho, ele voar rumo ao céu azul.
Coração meu, então, suspira, e de repente nos meus olhos também brilha aquela esperança fiel de menina. Que acredita no mundo colorido, onde todos possam ser o que são, onde a gente saiba estender a mão, sem envaidecer o nosso coração.
A hora do cansaço vai passando, e eu vou me alimentando de tudo o que meus olhos ainda conseguem sentir...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pensamento

Se eu deixar de dizer o que eu penso
Sendo que o que eu penso eu sinto
E o que eu sinto é a minha vida,
Então...
Arranquem de mim o coração
E o plantem numa terra seca
Para que ele não sinta a dor
De ver morrer as flores do meu pensamento
Se me tiras esse direito
tornar-me-ei semente empalhada
pedra ou cascalho
no caminho vazio de uma estrada...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Porque eu gosto é de rosas...

Superfície

Não me fale o que não quer dizer
Nem me mostre o que não quer viver
Não me ensine o que eu não vou ser
Não me projete, eu não sou você
Não afirme o que eu não sei negar
Não sei olhar sem me aprofundar
Não me abrace só na hora de ir
Não me pergunte o dia, se ele foi ruim
Quando me diz o que eu não quero ouvir
Não negue o que não vai notar
Não finja o que não quer sentir
Não me cale quando eu for falar
Não me peça o que eu não quero ter
Não me julgue o que eu não sou
Não me deixe partir sem saber!
Não vim pra navegar nas águas da superfície
Mergulho sem medo nesse mar de viver
Na sorte de um amor tranqüilo
Quero voar livre todos os dias e renascer!

domingo, 15 de novembro de 2009

Meu mundo e esse mundo!


Meu mundo não é esse mundo e nem esse mundo é o meu!
Meu mundo é mais profundo do que esse mundo no meu eu!
Meu mundo em vários mundos, um dentro do outro, em caminhos e mistérios o meu mundo se protegeu...
Meu mundo não é claro nem escuro, o meu mundo não é meu!
Meu mundo é no mundo mais um mundo que não é apenas mundo, sou Eu!
Meu mundo é colorido, é vento, é sonho, é alma, é silêncio, é a palavra...
São risos e sons de lágrimas puras, abraços fortes e mãos seguras...
E já ouvi dizerem absurdos, mas eu não me perturbo porque no meu mundo eu não sou muro mudo!
Nem talvez, nem mais ou menos, nem meio termo, nem não sei, porque meu mundo é inteiro mesmo quando está vazio... É natural mesmo sendo quente ou sendo todo frio...
Já não é igual e sei lá se for anormal, não faz mal, porque o meu mundo no meu mundo é o ideal...
É ser e não ter; tem que crer para ver; tem que sentir para entender; tem que se entregar para ouvir a música que vem lá do fundo... E se jogar de braços abertos para “todo mundo”!
E nesse mundo mudo quantas vezes o mundo do meu eu se perdeu!
Ah! Mas não hesitava em lutar e logo estava de volta, em mim, o mundo meu!
E insisto pode até parecer absurdo, mas não posso abrir mão do meu mundo se  ele me escolheu!
Se vida e felicidade pura ele me dá, se o caminho que me esperas viver ele sempre guardará!
Meu mundo não é esse mundo nem esse mundo é o meu!
Meu mundo é mais oculto e mais profundo que todo mundo e eu,
Meu mundo não é apenas o meu mundo, meu mundo sou Eu!
Meu mundo é um pedaço de sonho um sonho que não é só meu
Meu mundo cabe todo o mundo, mas não esse mundo em que o meu mundo um dia se perdeu...
Meu mundo é você, meu mundo é mais que eu!
E quem poderá chamar de louco a beleza desse mundo meu,
Se ele simplesmente sorri como um novo sol aos olhos de Deus!

sábado, 14 de novembro de 2009

O livro!

Páginas que vivem em mim!




Começarei falando da cor, da cor que era colorida com tons cheios alma, tons que vinham da essência dos segredos da vida, das descobertas e da imaginação de uma pequena menina. Dos campos cobertos de verde-limão, do vento nos cabelos, das flores que cheirava e colhia... Do mar, das mãos dadas com o horizonte, dos sonhos que pareciam tão longe... Dos primeiros desenhos, das peças de teatro, da primeira iniciativa social, dos medos, dos novos ideais e novas descobertas. Dos valores aprendidos e despertados em emoções sublimes... Do receio de gritar, das inquietações, dos momentos em que o desejo de partir era maior do que a vida, dos instantes de desespero, da maldade confundida, das decisões incertas, das contradições de sentimentos, momentos de profundo amadurecimento, autoconhecimento, momentos em que a minha casa não era mais minha, momento de dizer adeus... E os novos rumos, novos encontros, daquela dorzinha gostosa no peito, do primeiro amor, da saudade entardecida, do silêncio de um olhar que se encontrou no meu, do abraço que me afagou, da sinceridade que me trouxe mais uma manhã onde pude cuidar de novo das sementes que vinha plantando desde a minha infância. Falarei das viagens, das idas e vindas, ora inconstantes, ora intuitivas, dos pensamentos que seguiam os canteiros das estradas, dos meus olhos que procuravam nas paisagens uma resposta para tudo o que eu não esperava viver... E fui vivendo, de cabeça erguida, muitas vezes olhava pro chão, e reparava na sabedoria de uma pequena formiga e sem perceber aprendia e reaprendia a seguir em frente sem temer os obstáculos... Das convivências difíceis, das coisas e circunstâncias das quais eu não soube lidar, das verdades que foram escondidas, da coragem que me acordou, do medo que me fez dormir, dos braços que segurei e cuidei, do perdão, do dom de amar, da esperança que me despertava com o canto dos pássaros, por mais dura e pesada fosse a noite. 
Por todos os lados, tentei fugir várias vezes, mesmo sem saber pra onde iria... Mas falarei da companhia da lua, do silêncio da noite, das conversas com Deus e com as estrelas, da paixão pelo universo, da visita aos meus antepassados, da revelações e sinais do coração, das amizades que me acalentam, dos abraços fraternos, do amor de pai, do amor de mãe, dos valores que a vida foi desabrochando aos poucos dentro de mim, das coisas lindas que aprendi e continuo aprendendo. 
Foi entre poesias, frases, telas, gestos e antigas melodias, que eu compus o meu viver, buscando pedaços de mim nessa longa estrada, nas entrelinhas do tempo, nasci e renasci a cada despedida, a cada recomeço, entre quedas e precipícios, descobri as minhas asas. Fui tecendo com fios de algodão, sem pressa, sem medo de errar, as asas de uma alma! A liberdade de uma vida! 
As lembranças vêm com a essência da aurora, colorida como um arco-íris que aos poucos vai tomando sua forma real, vem à luz do primeiro olhar ao mundo. E como não lembrar se jamais poderei esquecer as paisagens desenhadas no meu coração, e como não sentir e buscar a maneira mais simples de contar... Contar o que vi e senti ao abrir os olhos para um mundo tão grande e misterioso tanto quanto à vontade e a alegria de poder arriscar mais uma existência... A imaginação e a liberdade numa só composição, campos de lavanda dançando com o vento misturando-se na mesma sintonia do ar puro e expressando pedaços e momentos de passados e presentes futuros. Escrevo ao cair das folhas secas de outono, ao caminhar na estrada serena que eu escolhi seguir, ao me jogar entre as pedras do meu caminho e aprender também com elas que uma pedra tem o seu valor, escrevo aos ensinamentos do luar: O sonho e o ideal. O começo e recomeço, o encontro e reencontro, tudo outra vez... tudo mais uma vez escutando a voz da vida, decifrando no fundo dos olhares humanos a minha historia, a minha missão... E nas paredes sobreviviam desenhos e sentimentos, versos simples em poesias que expressavam o âmago da minha infância, eram desenhos abstratos, casas com chaminés que tocavam o céu, árvores de frutas vermelhas, talvez maçãs, talvez framboesas, árvores do tamanho dos meus sonhos, que balançavam ao vento que me encontrava sempre a olhar pelas janelas do mundo. As janelas viviam escancaradas e a noite os vaga-lumes tocavam no silêncio a orquestra de suas luzes verdes e mágicas.  Os beija-flores e as flores amarelas, e por que amarelas? Até hoje eu não sei, mas eram sempre as amarelas, não que as outras flores de todas as cores também não faziam parte do meu descobrir, mas as amarelas, tão amarelas dentro de mim, perfumavam minha solidão com o cheiro carinhoso dos querubins. 
"Ruas de pedrinhas brilhantes”, inventava historias, encenava o teatro do mundo, que nem imaginava minhas inocentes idéias que um dia fossem enfrentar o palco da dura realidade. No quintal de esconderijos secretos, na casinha simples como a das camponesas que estavam nos meus sonhos, as panelinhas de barro, o cheiro da fumaça do fogão a lenha na roupa que a minha mãe costurava com sua delicada mão... Lembro-me da primeira peça de teatro, a qual batizei como ‘A liberdade dos contos de fadas’, em palavras doces e simples, no meu criar, eu encontrei o início de um caminho fiel, ou melhor dizendo o caminho do meu coração... 
...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Serenidade!




É quando o vento macio toca meus cabelos
E eles voam nas asas douradas do sol

Quando a tarde repousa nas montanhas

Os versos divinos do arrebol

Quando na manhã que me recebe
O canto dos pássaros ecoam dentro de casa
E conduz ao encontro secreto da minha alma

Nas estrelas, pingos de mistério

Quando fazem segredos singelos

Na estrada de poesia do meu coração

Nas águas cristalinas das cachoeiras

No barulho da chuva de madrugada

Na beleza natural de cada ser
Que enfeita a margem dos rios

Pedras, flores, árvores, libélulas

Nas ondas do aceano, na superfície do mar

A profundeza iluminada quando do corpo me esvazio
No silêncio do abraço, pondo-me a renovar

A beleza do caminho, a firmeza do meu caminhar

Serenidade! Eis a magia dos meus dias!

Eis minha fonte de amar!

Com olhos cheios d'agua, de coisas raras

Que abrem as janelas do meu mundo,
Para cada despertar!
Serenidade! Eis a minha dança sem medo de flutuar!

E voar!

E voar!

domingo, 4 de outubro de 2009

Jardim



Há um jardim

E nele sonhos que o vento frio despetalou

Há uma canção

Ela fecha os olhos e sente a leveza dos seus pés

Na melodia que a liberta do chão

O coração se enche de lágrima

E teme não chorar

Mesmo desejando sorrir

Aquele velho sorriso

Aquela doce gargalhada

Tudo o que plantou em seu jardim

Os segredos de uma menina

Os desejos de uma mulher

A nascente natural,

O aroma das flores encantadas

Ela deita sobre a terra e sente o cheiro invadir sua alma

E colorir com amor

Cada pedaçinho dela

A hora da ferida

A saudade repartida

A dor do adeus

De tudo em si que o tempo levou

Ela agora se debruça em seu jardim

E recolhe cada pétala do seu sonho

Espalhado no verde que sobreviveu

Com a ajuda dos querubins

Retoma a esperança do seu coração

Do seu recanto, seu acalanto, sua força de viver

Ergue-se serena

Envolvida pelo brilho da lua

Seduzida pelas asas das borboletas

Com quem aprendeu a voar

Ela volta para si

Reaprendendo a se amar!

domingo, 13 de setembro de 2009

Não é Fácil


Terminar uma história não é fácil

Não é fácil dizer adeus e pensar que esse adeus pode ser pra sempre

Não é fácil abandonar um sonho, uma semente

Não é fácil desaprender os gestos, as caras e bocas,

Calar as mais sinceras palavras

E não continuar a escrever o desejo do coração

E a história vai chegando ao fim

Não é fácil secar as flores

Não é fácil fingir um não

Não é fácil fechar o livro na metade

Não é fácil escutar a razão

Pra um coração que guarda infinitas esperanças

Um coração que vive e sonha

Acreditando na pureza, na grandeza do sentimento mais simples

Nas conquistas eternas

Nos dias claros e nos dias escuros

Nas noites frias e nas noites quentes

Um coração que vê vida em tudo

Um coração que desafia o mundo

E não tem medo de perder

Mesmo sabendo que não vai ganhar

Não é fácil arriscar o ultimo suspiro

Não é fácil encarar o mesmo sorriso

E não vê o que se via

E não sentir a mesma fantasia

Lembrar de preenchidos dias

E não continuar a escrever

Por que a história chega ao seu fim

Quando nosso coração cansa de lutar sozinho

Os sonhos vão esvaindo em solidão

Mesmo que não seja fácil

Não voltar atrás

Dizer nunca mais

Olhar no teu olhar e me ver indo embora

Deixarei o meu coração

Nos lugares que mesmo sem querer

Sempre me encontrarás

Assim como eu encontro você!

sábado, 29 de agosto de 2009

Caminho...




Caminho no sereno da noite

Procurando respostas que nunca encontrei

Os sonhos que ainda não vivi

As lembranças que não guardei

As folhas das árvores e o vento

Companheiros de cartas e sentimentos

Eternos do meu coração

O que faço aqui

Porque quando olho não te vejo?

Como decifrar nesse silêncio

O teu rosto em segredo?

Como poderei te sentir?

Mostra o que há de profundo

Mesmo que seja passageiro

Faça mover o mundo

Toca meu coração lá bem fundo

Sente as maravilhas desse luar

Ou assim como veio, desapareça

Nessa estrada em que me cabe

Já não posso mais te reinventar

Nem deixar que de mim, eu esqueça.

sábado, 15 de agosto de 2009

O Lar dos Ventos - 2000


A missão havia sido terminada
O canto do vento ecoava pela casa vazia
Tão misteriosa que sua essência seca
Era capaz de rasgar as lembranças mais distantes
Mesmo a mais feliz!
Ali haviam sonhos de corações partidos
Alucinações e espelhos quebrados
E um som áspero de um lar que não era mais colorido:
O Lar dos Ventos!

Tempo de menina


Sinto o cheiro da minha terra
Quando fecho os olhos a sonhar
Lembro daquele jeitinho que há nela
Lugar algum, igual não há

As cantigas do meu tempo de menina
Da fogueira sob o luar
A pureza dos severinos e severinas
Batendo palmas a dançar

As Donas Marias e os seus Josés
A cocada alegre de Dona Dina
O juju fresquinho da Colina
E na casinha de Dona Tonha
O cheirinho carinhoso de seu café

A casinha de camponesa
Onde vestia a saia branca e ia pescar
Colhia as flores na beira da represa
Pro meu cabelo despenteado enfeitar

E montada no cavalo branco
Brincava de heroína pelas serras e montanhas
Como o Dom quixote e o seu fiel Sancho
Vencia os vilões entre os gigantes pés de manga

A brisa do mar nos coqueirais
O colar de conchas que fazia
Tudo era do tamanho da paz
Mal nenhum, existir poderia

Bruxas e fadas sorriam para ela
À camponesa, à heroína, à sereia do mar
Um mundo de sonhos e aquarelas
Iluminavam a menina, que cedo aprendeu a voar!

Palco - 2005

Nas minhas confusões mentais
Encontro confissões desiguais
De sensações que eu não quero sentir
E nesse emaranhado de pensamentos
Faço força para esquecer o que eu não já não tenho
E desse mundo insensato fugir
Sem volta ou recomeço
De tanto lembrar eu me esqueço
E viro o que quiser de mim
Qualquer ilusão real
Que troca de papel nesse palco sem fim!

Pra me surpreender!




Mergulho no teu olhar interior

Quando distraído olhas para mim
Eu ouço o som da tua voz
Mesmo quando nada diz
Desejando a tua entrega
Debruço minha saudade na janela
E espero o sol chegar com você
Pra me surpreender
Eu me perco buscando
O teu caminhar sobre nós dois
A tua procura pelo nosso encontro
E nos olhos do horizonte
Ver-me refletida na inocência sincera dos teus sonhos!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Infinito Olhar!





Só meu olhar pra te convencer
Do infinito dos olhos meus
Quando se vêem em você
Só dentro dos meus olhos pra entender
Que nossos encontros e encantos
Não se findam ao entardecer
Seus olhos passeiam e os meus
Seguem sem medo as estrelas nos olhos teus
O universo que transcende a alma
Quando dentro dos teus olhos
Os meus olhos tocam os teus
A magia que enlouquece e acalma
Quando dentro dos meus olhos
Os teus olhos entregam-se aos meus
E num único olhar poder sentir
O horizonte de dois olhares
Que se beijam no sem-fim!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Quem sou eu pra você? Quem é você para mim?


Desenhos do destino, traduções infindas,
Nas cores singelas, nas idas e vindas,
O mesmo Sol, a mesma Lua,
Tão real quanto o acordar de uma pequena flor,
Tão irreal quanto um sonho de amor...
Mas simples,... cordial e sincero.
Por mais que intradutível entendo a tua lingua
E em teus olhos vejo amanhecer meus dias
E quando a noite vem, a lua vem clarear nossas almas
Nos levando ao sonho que pensamos ser verdade.
E lançamos nossos corações entre as estrelas,
E eles voam como vaga-lumes a dançar,
A música serena do universo, dos sonhos que se reconhecem num único olhar,
E vamos flutuando,... formando vapores de amor
Diluimos nosso ser em pequenas moleculas risonhas
E quando juntamos nossas palavras escrevemos o romance dos deuses.
Numa forma crua de amar
A nossa necessidade de estar e ser o que queremos e acreditamos.
O que acreditamos e sabemos encontrar!
E nos encontramos onde sabemos que podemos existir.
Dentro de nós. Em ti e Em mim.
Em mim e em ti!


Julianne Melo & Lucas Santana (Os Poetas das estrelas!)

sábado, 27 de junho de 2009

Utopia










Leve-me aonde eu possa ser e estar
Em parte alguma,
Em todo lugar
Move-me!
Nas asas luzidas de idealismo
No trilhar do caminho desconhecido
Na realização dos meus ideais
Protege-me das algemas
Do veneno das falsas ideologias
Nas teias do Sistema
E concede-me a paz
De não temer a luta
De suportar a angustia
Das injustiças, e desigualdades sociais.
Leve-me!
Com as luzes da esperança que brilham
Em cada rosto esquecido
Nas sabedorias eternizadas
Pelos nossos ancestrais
Sigo o sonho do louco de juízo
Aquele que olha para o mundo
De dentro pra fora
Acreditando na realização do “impossível!”
No altruísmo dos jovens quixotes
Na força iluminada do amor!
Em parte alguma,
Em todo lugar
Move-me aonde eu for!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sonho e Sentimento





Os vaga-lumes brincam ao luar
E a noite caminha leve entre as folhas das árvores
Os versos escorrem pelos dedos
O tempo pára e leva o medo...
O vento brando vem com a neblina de paz
E as mãos se abraçam no fundo do silêncio
Fecho os olhos e já não há pensamentos
Sonho e Sentimento,
Entregam-se ao sereno
E o sublime acontece!
Breve e Denso!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Poema sem fala!





Esta que sinto em não dizer
Calo-me, o silêncio explica
Esse olhar, esse querer
Mágico e profundo, hipnotiza
Tal palavra
Move o chão e alucina
Poema sem fala
Se murmura se clama
Transborda a alma
Troca tudo e se desmancha
Sem começo, meio e fim
Se desfaz em chamas
No universo de mim!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Inspiração!


Choro ventos de saudade

Grito poemas sem dor

Na voz no meu silêncio

Desfaço-me em pétalas de flor

Moro sem casa

No frio sou calor

Se sonho tenho asas

Se acordo sonho sou

A paz é meu rumo

A plenitude do amor

Vou inspirando a música da vida

Sentindo cada passo que dou!

sábado, 16 de maio de 2009

Agosto de 2001

18 anos
Como os 15, naqueles dia de tempestade
Onde as lágrimas acompanhavam os pingos da chuva
Que vinham do céu e escorriam pela janela da alma
Hoje tudo é tão real
Nada voltou ao normal
E as lembranças perseguem o tempo
Nos dias cheios de coisas vazias, assim como eu
O que contarei do amor?
Lembro dos meus olhos que brilhavam poesia
Em paisagens que não existiam
Lembro das flores que cuidava
Dos pássaros que cantavam
No lar que não havia
Descolorido, o lar dos ventos e precipícios
Quem eu era?
Como eu seria?
18 anos!
Apenas um dia...
Como os 15, onde eu via as rosas desabrocharem dentro de mim
E secarem no jardim lá de fora!

As asas da borboleta


Posou na minha janela

Uma borboleta azul

Trazia nas asas abertas

Um brilho incomum

Num movimento leve balançava-as

E como se soubesse de mim

Brlhava e brilhava

Adentrou no meu recanto

E no silêncio escutei

A voz das suas asas

Jamais esquecerei

Tão delicada, suavemente tocou em mim

Deixou pingar uma lágrima

Depois vôou e não mais a vi

O meu sorriso se abriu

E uma paz me fez sentir

Depois que a borboleta partiu

Minha alma era esperança sem fim!

Quando eu pensava em adoremecer

Os meus sonhos no vazio da imensidão

Uma simples borboleta veio inesperada

E com a música de suas asas

Acendeu meu coração!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Dança da alma



E da janela aqueles olhos contemplam o anoitecer
O som das folhas nas árvores ao vento
Desperta as doces recordações
Dos sagrados momentos
E elas fazem-nas companhia
No fluir de suas intensas poesias
Uma lágrima de paz
Quando seus olhos fecham-se no silêncio que faz...
A alma dança no tempo
E ela vislumbra-se com o luar
Que a natureza estréia
E a noite vem iluminar
Ela acredita no desconhecido e no amor
Nos olhares da vida
Na riqueza daquele galhinho
Que a formiga carrega como valor
A luz da lua adentra sutilmente
Rompendo a escuridão dos pensamentos vazios
E vai abençoando os caminhos desse viver
Bosques e montanhas, cidades e jardins
De infinitos encontros e reencontros
Que nunca, nunca terão fim...
E se pergunta a Deus,
Ele aponta o coração
E pede apenas, a viver espontaneamente
Porque não há,
Não há explicação!

Esperança sem fim!


Meus passos seguiram a todo momento
A calmaria da esperança em águas puras
Que suavizava minhas lágrimas no vazio do tempo
Quando a palavra segura não foi dita
Quando a flor não foi tocada
Quando a verdade não foi vivida
Seguiram fortes na coragem generosa de doar-se
De contemplar o brilho que vem de dentro
De encontrar o que procurava sem medida
De viver o que acreditava sem esperar
De entregar o coração inteiro
Cultivando a mais linda sinfonia
Em que a asa do silêncio trazia
Num abraço apertado de poesia
E agora minha alma muda de casa
Mas minha casa não muda de alma
E o jardim continuo a cuidar
Como um pedaço essencial de mim
Cuido para quando o sol de novo chegar
Receba-o feliz e tão puro e tão sincero assim
E ilumine esses olhos que nunca deixou de amar
Olhos de esperança sem fim!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pai...



Lembro-me daquele dia como se fosse ontem. Caminhávamos na areia macia da praia de mãos dadas, e quando olhava para o teu rosto via o céu azul lá em cima...
No mar as ondas iam e voltavam, cada uma de um jeito diferente, e eu observava e falava... Ah como eu falava! Tu nada dizias, nem sei se escutava! Ia brincando nos meus passos leves, sorrindo com a brisa, cantando cantigas de menina, eu caminhava ao teu lado! Segura nos meus passos e sentindo a vida intensamente dentro de mim, naquela tarde mágica de sol... Será que me escutavas? No que pensavas? E nos teus passos tensos, pesados, cabeça baixa, olhar exausto, vi o teu medo da vida me cutucar... Mas eu respirava fundo e apertava forte a tua mão... Estava segura! Confiava em você!
Leve, solta e livre... Falando pelos cotovelos, olhando a paisagem e procurando te fazer feliz com a minha pequena felicidade, mas nada dizias... E seguia me arrastando na contradição dos nossos passos, às vezes um tropeço descuidado e eu sorria achando que estivesse brincando, nenhuma expressão no teu rosto eu via. Parei no meio do caminho, estava cansada e como não queria aborrecê-lo, apontei o horizonte! Tu olhaste para mim, com um jeito impaciente e quis continuar a andar, mas quando viu os meus olhos brilharem, pela primeira vez, olhou na mesma direção e eu radiante não podia perder um segundo desse momento:
(Pai! Você está vendo o que tem do outro lado? O que será? O que consegue ver?).
É Pai do outro lado do infinito! É tão lindo... Consigo imaginar, o que tem lá... Fadas brincando com as borboletas, crianças correndo entre as flores... Consegue ver!? Calado, áspero, nada via, o que veria com os olhos fechados!?
Mas o fato de estarmos olhando juntos na mesma direção trazia-me paz! Não percebi quando minha mão já estava sozinha e eu continuei falando, imaginando, e meu coração batia forte, meus olhos brilhavam de emoção e deu aquela vontade de ver o céu azul que tinha sobre a sua cabeça, pra ver se teus olhos deslumbravam-se assim como os meus. Mas quando me dei conta, tu não estavas mais ao meu lado! Lá longe, partia distante, quase não conseguia vê-lo... Seguia do mesmo jeito, passos pesados, cabisbaixo. Não desisti! Saí correndo em tua direção... Tentei gritar, mas hesitei quando uma lagrima caiu... Percebi que não o alcançaria, e meu caminho não poderia ser o mesmo!
Continuei, seguindo a linha aonde o mar derramava os segredos da vida. E quando sentia saudade, eu olhava para cima e via o reflexo da tua face no azul do céu e a lembrança viva de quando olhamos juntos na mesma direção!

sábado, 2 de maio de 2009

Ser!


Deixa-me ser!
Ser alguém ou ninguém,
Ser!
O cheiro de camomila
O jeito de lavar os cabelos
Ser pouco ou muito
Nada ou tudo
Ser!
Ser irreal, utópica e natural!
Deixa-me ser de vento, pensamento mudo que passa e não deixa sinal!
Vendaval!
Deixa-me ser de fogo
Deixa-me queimar, aquecer
Esse puro sentimento, inquieto, intenso, fugaz!
Deixa-me ser!
Ser de pena, leve e solta
Sem máscaras e sem roupa
Asa sem documento
O som de um antigo instrumento!
Deixa-me andar descalça sentir a terra, meditar
Deixa-me soltar os braços, caminhar na brisa, voar
Deixa-me ser mar fundo, lago raso e brando, rio breve e profundo!
Deixa-me acreditar!
Deixa-me ser a minha solidão
O vazio que me entende
A poesia que me procura
A escuridão que acolhe a luz e me reacende!
Auto-conhecimento
Um sei lá do quê
Algo sem definição
Sem fundamento
Sem razão!
Mas deixa-me Ser!
Qualquer coisa de momento
Nas multidões do meu ser!
Qualquer coisa
Toda coisa
Mas nada em vão
Ser aquela coisa toda,
Que vem lá do coração!
E tudo o que tenho sido então
Livre emoção!
Não julgue, nem me desvende
Não me machuque, nem tente!
Posso ser fria e posso ser quente!
Deduções e argumentos,
Caras e bocas, não tente!
Posso ser fria e posso ser quente!
Simples como o acordar de uma flor!
Complexa como uma carta de amor!
Que conversa com as estrelas
E preenche a noite de cantigas
Que aprende com a grandeza
de uma pequena formiga!
Cigana e dança!
Ama e canta!
Chora e clama!
A Menina dos olhos de lua
Inocente e profana!
Que se encanta com a alegria do palhaço de rua!
Cigana e ama,
Dança e clama,
Chora e canta!
A mulher da alma nua
Que coloriu um grande sonho!
E bebe água de chuva!
Que gosta de vestidos longos,
E dança sem música!
Que tenta sobreviver.
E que sobrevive,
Livre,
Porque vive,
Ser!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bem te vi!




Bem te vi! Bem te vi!
Bem vindo, vem voando e sorrindo
Em versos de cantos e encantos que tanto amo
Que felicidade ouvir!
Bem te vi! Bem te vi!
Bem divino vou ouvindo
Bate a saudade e não tem fim!
Ninho de amor fizeste dentro de mim!
E de longe ouço a tão suave mágica melodia
Poeta pássaro sonhador
Leva teus sonhos nas asas e a alegria
Para esse mundo tão sofredor
Voa longe! Bem te vi! Voa longe!
Que distante, nem tão distante
Meu coração tão feliz sorri!
Ao ver-te iluminado por esse dom
Que Deus abençoou em ti!

Mundo de ninguém!





Ninguém sorriu
Como aquele menino sorria
Ninguém reparou no que aquele menino queria
Ninguém olhou pra onde os olhos do menino olhavam
Ninguém perguntou porque menino chorava
Ninguém se machucou quando o menino caiu
Ninguém notou onde o menino dormiu
Ninguém acordou e o menino sumiu!
Até que houve um dia,
Em que "alguém"...
Sorriu...
Olhou...
Chorou e se machucou.
E logo depois sumiu.
Todo mundo olhou...
Mas ninguém também viu!

Em Conformidade!




Normas e Brocardos
Expressões Latinas
Em rostos exaustos
Na vil conformidade
Corações aprisionados
Sonhos perdidos
Ideais economizados
Em conceitos jurídicos
Olhares enferrujados
Em sistemas ideológicos
Pensamentos dominados
Na luta pela justiça
De braços cruzados
Adaptam-se os amoldados!

Reencontro!




O desejo e a esperança voltaram a brilhar
Os sonhos se beijam
E num eclipse de afinidades iluminam duas vidas
Dentro de um universo mágico
Desejado por duas almas afetivas
Encontram-se e acrescentam-se
Olhares se mostram e se revelam
Nos gestos, toques, melodias
Até se reconhecerem nos mesmos sonhos
E mais uma vez
Aquela mesma sensação
Redescobrindo o viver
Revivendo o descobrir
O despertar de fantasias adormecidas
O reencontro!

Vieste!

Com o fio dos sonhos e o mel da flor
Fizeste...
As asas de seda pra voar
Com o som das estrelas e a serenidade da lua
Trouxeste...
Abraços macios e beijos doces
Encantos e acalantos, veio iluminar...
Vieste...
Sem rumo, sem truques, sem nada esperar
Com a alma e a coragem
Pronto pra me amar
Seja num passo de dança,
No encontro das mãos
Seja no nascer profundo de um eterno olhar!

Cartas




Escrevo cartas ao amor
Palavras com cheiro de flor
Coloridas com a dor
De lembranças não vividas
No coração de quem amou
Em doces fantasias enlouquecidas
Escrevo cartas à paixão
Vislumbrada ilusão
Perigosa invenção
Cujo fim é a solidão
Escrevo cartas aos sonhos
Vestidos bordados
De desejos infinitos
Panos manchados
Desenhos esquisitos
Saudade em pedaços
De momentos esquecidos
Escrevo cartas à felicidade
Uma ave solta livre pelo ar
Peço ao vento com bondade
Que possa lhe entregar
O meu sorriso sincero
E a coragem de lhe buscar
Escrevo cartas ao vento
Que sem pedir licença ou consentimento
Invade minha alma pequena
Trazendo de volta sentimentos
De uma época tão serena
E as flores secas do outono
Abrem a página do meu passado
Revelando de novo as primaveras
Dos anos rebeldes e dourados
Escrevo cartas ao tempo
Que às vezes parece-me tão mal
Levando as últimas lembranças
Desfaz nos meus cabelos as tranças
Desmanchando os mistérios da minha infância
Mas depois subitamente
Devolve-me sem mais as esperanças
E minhas mãos paradas nem sempre alcançam
Escrevo cartas a morte
Pedindo que ela me toque
Com sua luz eterna
Não me escuta, finge-se de surda
E simplesmente desaparece, morre
Mas quando vem inesperada
Em sensações descontroladas
Desesperada eu lhe peço
Para não me levar
De joelhos no chão
Coloco a mão no coração
E me ponho a rezar
Escrevo cartas aos pensamentos
Esses retratos de sentimentos
Controladores inconscientes
Mais velozes que o tempo
Ora apagam-se lentamente
Ora acendem-se de repente
Escrevo cartas à lua
A mulher de fases iluminada
A criança serena e nua
A fada que respira mágica
A menina que canta o amor pelas ruas
Escrevo cartas ao suicida
Na confusão interna dos meus gritos
Quando ouço dele as despedidas
Quando vejo a cor do vazio
Parado, ele fixa
O seu olhar na minha dor
E rir quando meus olhos choram
E chora quando meus olhos riem
Escrevo cartas ao poeta
Poesias tão concretas
Na realidade onde estou
Poesias abstratas
No meu mundo sonhador
Poeta empalhado
Pelo sopro de um poema sem amor
Poeta tão cansado
De ser o seu único admirador!
Escrevo cartas para alguém
Não sei a quem

Nem sei se terão fim
Só sei que essas cartas
Sempre voltam para mim!

Intensidade



No fluir de poesias sem palavras
Nos balés da alma
Ela existe!
Silenciosa! Apaixonada!
Misteriosa, Amada!
Ela vive!
Quimeras! Sonhos! Segredos!
Brinca com o vento
Nas asas que levam ao desconhecido,
Aos caminhos infinitos de si mesmo!
Buscando a verdade
Escondida no âmago das coisas
Do outro lado
O de dentro pra fora
Ela vai desvendando
Que nada é por acaso
E com boas vindas recebe a aurora!
Presentes pra Deusa Lua! A poetisa da solidão das ruas!
Quanta coisa nela há que também é coisa tua!?
Saudades não vividas, as famosas coincidências e fases da vida...
Mistérios vêm da voz noite
Traduzindo sensações antigas...
Pedaços de outras vidas!
E ao contemplar os olhos da morte
Ela descobre a Deusa Eternidade!
A força abstrata do amor supremo! Divino!
E o que se pode dizer
Aos olhos do horizonte?
Dos Caminhos que lhe conduzem
E não há como se perder
Os momentos em que se entrega
Mesmo sem entender o por quê...
É Intensidade!!!
E Sempre... Há de ser!!!