sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Introspecção



Deixa eu sangrar
Por esse momento
Deixa explodir o meu templo
E esvaziar meu coração
Nesse escuro delírio
De fé e desilusão
Deixa-me partir
Em mil pedaços
E rasgar a memória do que passou
Deixa eu chorar esse tempo
Deixa eu gritar aqui dentro
Romper o silêncio da razão
Libertar a emoção ferida
Derramar os ventos, os cheiros
As labaredas desse sonho
O chá de camomila
A calma suicida
Deixa sangrar ao menos
Deixa voar então
A alma e meus lamentos
E as coisas como estão
Frases feitas, flores artificiais
Sentimentos que só enfeitam a cor da verdade
Da vida quero beber muito mais
Mas não, não na beira desse cais
De mentiras e ilusão
Deixa eu sangrar aqui dentro
Deixa esvaziar o meu coração
E por todo esse momento
Eu te peço:
Não me deixe não!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Pedras...

Pedras sozinhas.
Chorando caminham.
Pelo mundo vazio.
Só restam elas.
Pedras.

Quebrei a redoma
sangrei as mãos
juntei os cacos
joguei no abismo
pra não deixar vestigios
dessa minha prisão
canto infinito
minha voz ecoou
pelo espaço vazio
meu canto lavou
a dor da prisão
a falta de amor
agora estou num lugar
onde a paz não tem fim
sou anjo, sou pássaro
sou eu em mim!