quinta-feira, 7 de março de 2013

Voltando!




Lá... estremecido pelo que não foi
Caminha passos lentos, tontos
por águas estranhas que não te matam a sede
nem te embebes de sensações tamanhas
nem te afugentas de dores profundas
Caminha desvairado no silêncio que te proteges
Calada... cálida força que se prende
em teias confusas que adormecem a mente.
Não dá pra alcançar... e tudo se vai partindo...
Para onde, cor dos olhos teus?
Olhos meus, tão meus agora...
Por que foges tu, quando te apavoras?
diante de tanta desarmonia
que te roubam vastidões de alegrias
que te secam campos silvestres, ideologias
Quem és tu? Quem tu és?
Quando findará os teus ideias sem-fins?
abandonados pelo impulso que não há
emoções passageiras, confundindo o sopro de um clarim
partir-se-ão sem deixar pedaços...
A luta que não houve, a glória que não existe.
É nesse instante que arrisco o risco
Num rabisco de papel infinito
Pinto... O meu tão alto riso!
Desenho-me de novo, reconstruo o meu corpo
Recriando no movimento o equilíbrio
Reencontro jardins, caminhos secretos que clamam a alma
Amaciando as notas, embalo-me na sala
A canção da madrugada
Pés descalços, estou voltando
Noutra estrada!

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