domingo, 17 de março de 2013

Pensamento


Palavras vagas, móveis velhos e pó.

As nuvens estão sem cor.

Lá fora a chuva cai e não ouço a canção.

Cinzas no cinzeiro, céu de telas.

Não sinto mais os pingos.

Não me vejo em ninguém.

Lugar nenhum é mais seguro que aqui, onde:

Não pergunto.

Não sei querer.

Nem consigo procurar.

O quê?

A solidão... Descobriu-me.

Num mundo de ilusão.

E dele fez morada.

A solidão desse mundo.

Não tem coração.

Não.

Apenas invade e morde.

Não cicatriza, a dor que sangra.

Até nos secar, dissecar tudo o que a gente ama.

Tudo o que não soubemos amar.

O mundo dessa solidão.

Não tem coração.

Não, não!

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