quarta-feira, 27 de maio de 2009
Poema sem fala!
Esta que sinto em não dizer
Calo-me, o silêncio explica
Esse olhar, esse querer
Mágico e profundo, hipnotiza
Tal palavra
Move o chão e alucina
Poema sem fala
Se murmura se clama
Transborda a alma
Troca tudo e se desmancha
Sem começo, meio e fim
Se desfaz em chamas
No universo de mim!
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Inspiração!
sábado, 16 de maio de 2009
Agosto de 2001
18 anos
Como os 15, naqueles dia de tempestade
Onde as lágrimas acompanhavam os pingos da chuva
Que vinham do céu e escorriam pela janela da alma
Hoje tudo é tão real
Nada voltou ao normal
E as lembranças perseguem o tempo
Nos dias cheios de coisas vazias, assim como eu
O que contarei do amor?
Lembro dos meus olhos que brilhavam poesia
Em paisagens que não existiam
Lembro das flores que cuidava
Dos pássaros que cantavam
No lar que não havia
Descolorido, o lar dos ventos e precipícios
Quem eu era?
Como eu seria?
18 anos!
Apenas um dia...
Como os 15, onde eu via as rosas desabrocharem dentro de mim
E secarem no jardim lá de fora!
Como os 15, naqueles dia de tempestade
Onde as lágrimas acompanhavam os pingos da chuva
Que vinham do céu e escorriam pela janela da alma
Hoje tudo é tão real
Nada voltou ao normal
E as lembranças perseguem o tempo
Nos dias cheios de coisas vazias, assim como eu
O que contarei do amor?
Lembro dos meus olhos que brilhavam poesia
Em paisagens que não existiam
Lembro das flores que cuidava
Dos pássaros que cantavam
No lar que não havia
Descolorido, o lar dos ventos e precipícios
Quem eu era?
Como eu seria?
18 anos!
Apenas um dia...
Como os 15, onde eu via as rosas desabrocharem dentro de mim
E secarem no jardim lá de fora!
As asas da borboleta
Posou na minha janela
Uma borboleta azul
Trazia nas asas abertas
Um brilho incomum
Num movimento leve balançava-as
E como se soubesse de mim
Brlhava e brilhava
Adentrou no meu recanto
E no silêncio escutei
A voz das suas asas
Jamais esquecerei
Tão delicada, suavemente tocou em mim
Deixou pingar uma lágrima
Depois vôou e não mais a vi
O meu sorriso se abriu
E uma paz me fez sentir
Depois que a borboleta partiu
Minha alma era esperança sem fim!
Quando eu pensava em adoremecer
Os meus sonhos no vazio da imensidão
Uma simples borboleta veio inesperada
E com a música de suas asas
Acendeu meu coração!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Dança da alma
E da janela aqueles olhos contemplam o anoitecer
O som das folhas nas árvores ao vento
Desperta as doces recordações
Dos sagrados momentos
E elas fazem-nas companhia
No fluir de suas intensas poesias
Uma lágrima de paz
Quando seus olhos fecham-se no silêncio que faz...
A alma dança no tempo
E ela vislumbra-se com o luar
Que a natureza estréia
E a noite vem iluminar
Ela acredita no desconhecido e no amor
Nos olhares da vida
Na riqueza daquele galhinho
Que a formiga carrega como valor
A luz da lua adentra sutilmente
Rompendo a escuridão dos pensamentos vazios
E vai abençoando os caminhos desse viver
Bosques e montanhas, cidades e jardins
De infinitos encontros e reencontros
Que nunca, nunca terão fim...
E se pergunta a Deus,
Ele aponta o coração
E pede apenas, a viver espontaneamente
Porque não há,
Não há explicação!
O som das folhas nas árvores ao vento
Desperta as doces recordações
Dos sagrados momentos
E elas fazem-nas companhia
No fluir de suas intensas poesias
Uma lágrima de paz
Quando seus olhos fecham-se no silêncio que faz...
A alma dança no tempo
E ela vislumbra-se com o luar
Que a natureza estréia
E a noite vem iluminar
Ela acredita no desconhecido e no amor
Nos olhares da vida
Na riqueza daquele galhinho
Que a formiga carrega como valor
A luz da lua adentra sutilmente
Rompendo a escuridão dos pensamentos vazios
E vai abençoando os caminhos desse viver
Bosques e montanhas, cidades e jardins
De infinitos encontros e reencontros
Que nunca, nunca terão fim...
E se pergunta a Deus,
Ele aponta o coração
E pede apenas, a viver espontaneamente
Porque não há,
Não há explicação!
Esperança sem fim!
Meus passos seguiram a todo momento
A calmaria da esperança em águas puras
Que suavizava minhas lágrimas no vazio do tempo
Quando a palavra segura não foi dita
Quando a flor não foi tocada
Quando a verdade não foi vivida
Seguiram fortes na coragem generosa de doar-se
De contemplar o brilho que vem de dentro
De encontrar o que procurava sem medida
De viver o que acreditava sem esperar
De entregar o coração inteiro
Cultivando a mais linda sinfonia
Em que a asa do silêncio trazia
Num abraço apertado de poesia
E agora minha alma muda de casa
Mas minha casa não muda de alma
E o jardim continuo a cuidar
Como um pedaço essencial de mim
Cuido para quando o sol de novo chegar
Receba-o feliz e tão puro e tão sincero assim
E ilumine esses olhos que nunca deixou de amar
Olhos de esperança sem fim!
A calmaria da esperança em águas puras
Que suavizava minhas lágrimas no vazio do tempo
Quando a palavra segura não foi dita
Quando a flor não foi tocada
Quando a verdade não foi vivida
Seguiram fortes na coragem generosa de doar-se
De contemplar o brilho que vem de dentro
De encontrar o que procurava sem medida
De viver o que acreditava sem esperar
De entregar o coração inteiro
Cultivando a mais linda sinfonia
Em que a asa do silêncio trazia
Num abraço apertado de poesia
E agora minha alma muda de casa
Mas minha casa não muda de alma
E o jardim continuo a cuidar
Como um pedaço essencial de mim
Cuido para quando o sol de novo chegar
Receba-o feliz e tão puro e tão sincero assim
E ilumine esses olhos que nunca deixou de amar
Olhos de esperança sem fim!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Pai...
Lembro-me daquele dia como se fosse ontem. Caminhávamos na areia macia da praia de mãos dadas, e quando olhava para o teu rosto via o céu azul lá em cima...
No mar as ondas iam e voltavam, cada uma de um jeito diferente, e eu observava e falava... Ah como eu falava! Tu nada dizias, nem sei se escutava! Ia brincando nos meus passos leves, sorrindo com a brisa, cantando cantigas de menina, eu caminhava ao teu lado! Segura nos meus passos e sentindo a vida intensamente dentro de mim, naquela tarde mágica de sol... Será que me escutavas? No que pensavas? E nos teus passos tensos, pesados, cabeça baixa, olhar exausto, vi o teu medo da vida me cutucar... Mas eu respirava fundo e apertava forte a tua mão... Estava segura! Confiava em você!
Leve, solta e livre... Falando pelos cotovelos, olhando a paisagem e procurando te fazer feliz com a minha pequena felicidade, mas nada dizias... E seguia me arrastando na contradição dos nossos passos, às vezes um tropeço descuidado e eu sorria achando que estivesse brincando, nenhuma expressão no teu rosto eu via. Parei no meio do caminho, estava cansada e como não queria aborrecê-lo, apontei o horizonte! Tu olhaste para mim, com um jeito impaciente e quis continuar a andar, mas quando viu os meus olhos brilharem, pela primeira vez, olhou na mesma direção e eu radiante não podia perder um segundo desse momento:
(Pai! Você está vendo o que tem do outro lado? O que será? O que consegue ver?).
É Pai do outro lado do infinito! É tão lindo... Consigo imaginar, o que tem lá... Fadas brincando com as borboletas, crianças correndo entre as flores... Consegue ver!? Calado, áspero, nada via, o que veria com os olhos fechados!?
(Pai! Você está vendo o que tem do outro lado? O que será? O que consegue ver?).
É Pai do outro lado do infinito! É tão lindo... Consigo imaginar, o que tem lá... Fadas brincando com as borboletas, crianças correndo entre as flores... Consegue ver!? Calado, áspero, nada via, o que veria com os olhos fechados!?
Mas o fato de estarmos olhando juntos na mesma direção trazia-me paz! Não percebi quando minha mão já estava sozinha e eu continuei falando, imaginando, e meu coração batia forte, meus olhos brilhavam de emoção e deu aquela vontade de ver o céu azul que tinha sobre a sua cabeça, pra ver se teus olhos deslumbravam-se assim como os meus. Mas quando me dei conta, tu não estavas mais ao meu lado! Lá longe, partia distante, quase não conseguia vê-lo... Seguia do mesmo jeito, passos pesados, cabisbaixo. Não desisti! Saí correndo em tua direção... Tentei gritar, mas hesitei quando uma lagrima caiu... Percebi que não o alcançaria, e meu caminho não poderia ser o mesmo!
Continuei, seguindo a linha aonde o mar derramava os segredos da vida. E quando sentia saudade, eu olhava para cima e via o reflexo da tua face no azul do céu e a lembrança viva de quando olhamos juntos na mesma direção!
Continuei, seguindo a linha aonde o mar derramava os segredos da vida. E quando sentia saudade, eu olhava para cima e via o reflexo da tua face no azul do céu e a lembrança viva de quando olhamos juntos na mesma direção!
sábado, 2 de maio de 2009
Ser!
Deixa-me ser!
Ser alguém ou ninguém,
Ser!
O cheiro de camomila
O jeito de lavar os cabelos
Ser pouco ou muito
Nada ou tudo
Ser!
Ser irreal, utópica e natural!
Deixa-me ser de vento, pensamento mudo que passa e não deixa sinal!
Vendaval!
Deixa-me ser de fogo
Deixa-me queimar, aquecer
Esse puro sentimento, inquieto, intenso, fugaz!
Deixa-me ser!
Ser de pena, leve e solta
Sem máscaras e sem roupa
Asa sem documento
O som de um antigo instrumento!
Deixa-me andar descalça sentir a terra, meditar
Deixa-me soltar os braços, caminhar na brisa, voar
Deixa-me ser mar fundo, lago raso e brando, rio breve e profundo!
Deixa-me acreditar!
Deixa-me ser a minha solidão
O vazio que me entende
A poesia que me procura
A escuridão que acolhe a luz e me reacende!
Auto-conhecimento
Um sei lá do quê
Algo sem definição
Sem fundamento
Sem razão!
Mas deixa-me Ser!
Qualquer coisa de momento
Nas multidões do meu ser!
Qualquer coisa
Toda coisa
Mas nada em vão
Ser aquela coisa toda,
Que vem lá do coração!
E tudo o que tenho sido então
Livre emoção!
Não julgue, nem me desvende
Não me machuque, nem tente!
Posso ser fria e posso ser quente!
Deduções e argumentos,
Caras e bocas, não tente!
Posso ser fria e posso ser quente!
Simples como o acordar de uma flor!
Complexa como uma carta de amor!
Que conversa com as estrelas
E preenche a noite de cantigas
Que aprende com a grandeza
de uma pequena formiga!
Cigana e dança!
Ama e canta!
Chora e clama!
A Menina dos olhos de lua
Inocente e profana!
Que se encanta com a alegria do palhaço de rua!
Cigana e ama,
Dança e clama,
Chora e canta!
A mulher da alma nua
Que coloriu um grande sonho!
E bebe água de chuva!
Que gosta de vestidos longos,
E dança sem música!
Que tenta sobreviver.
E que sobrevive,
Livre,
Porque vive,
Ser!
Ser alguém ou ninguém,
Ser!
O cheiro de camomila
O jeito de lavar os cabelos
Ser pouco ou muito
Nada ou tudo
Ser!
Ser irreal, utópica e natural!
Deixa-me ser de vento, pensamento mudo que passa e não deixa sinal!
Vendaval!
Deixa-me ser de fogo
Deixa-me queimar, aquecer
Esse puro sentimento, inquieto, intenso, fugaz!
Deixa-me ser!
Ser de pena, leve e solta
Sem máscaras e sem roupa
Asa sem documento
O som de um antigo instrumento!
Deixa-me andar descalça sentir a terra, meditar
Deixa-me soltar os braços, caminhar na brisa, voar
Deixa-me ser mar fundo, lago raso e brando, rio breve e profundo!
Deixa-me acreditar!
Deixa-me ser a minha solidão
O vazio que me entende
A poesia que me procura
A escuridão que acolhe a luz e me reacende!
Auto-conhecimento
Um sei lá do quê
Algo sem definição
Sem fundamento
Sem razão!
Mas deixa-me Ser!
Qualquer coisa de momento
Nas multidões do meu ser!
Qualquer coisa
Toda coisa
Mas nada em vão
Ser aquela coisa toda,
Que vem lá do coração!
E tudo o que tenho sido então
Livre emoção!
Não julgue, nem me desvende
Não me machuque, nem tente!
Posso ser fria e posso ser quente!
Deduções e argumentos,
Caras e bocas, não tente!
Posso ser fria e posso ser quente!
Simples como o acordar de uma flor!
Complexa como uma carta de amor!
Que conversa com as estrelas
E preenche a noite de cantigas
Que aprende com a grandeza
de uma pequena formiga!
Cigana e dança!
Ama e canta!
Chora e clama!
A Menina dos olhos de lua
Inocente e profana!
Que se encanta com a alegria do palhaço de rua!
Cigana e ama,
Dança e clama,
Chora e canta!
A mulher da alma nua
Que coloriu um grande sonho!
E bebe água de chuva!
Que gosta de vestidos longos,
E dança sem música!
Que tenta sobreviver.
E que sobrevive,
Livre,
Porque vive,
Ser!
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Bem te vi!
Bem te vi! Bem te vi!
Bem vindo, vem voando e sorrindo
Em versos de cantos e encantos que tanto amo
Que felicidade ouvir!
Bem te vi! Bem te vi!
Bem divino vou ouvindo
Bate a saudade e não tem fim!
Ninho de amor fizeste dentro de mim!
E de longe ouço a tão suave mágica melodia
Poeta pássaro sonhador
Leva teus sonhos nas asas e a alegria
Para esse mundo tão sofredor
Voa longe! Bem te vi! Voa longe!
Que distante, nem tão distante
Meu coração tão feliz sorri!
Ao ver-te iluminado por esse dom
Que Deus abençoou em ti!
Bem vindo, vem voando e sorrindo
Em versos de cantos e encantos que tanto amo
Que felicidade ouvir!
Bem te vi! Bem te vi!
Bem divino vou ouvindo
Bate a saudade e não tem fim!
Ninho de amor fizeste dentro de mim!
E de longe ouço a tão suave mágica melodia
Poeta pássaro sonhador
Leva teus sonhos nas asas e a alegria
Para esse mundo tão sofredor
Voa longe! Bem te vi! Voa longe!
Que distante, nem tão distante
Meu coração tão feliz sorri!
Ao ver-te iluminado por esse dom
Que Deus abençoou em ti!
Mundo de ninguém!
Ninguém sorriu
Como aquele menino sorria
Ninguém reparou no que aquele menino queria
Ninguém olhou pra onde os olhos do menino olhavam
Ninguém perguntou porque menino chorava
Ninguém se machucou quando o menino caiu
Ninguém notou onde o menino dormiu
Ninguém acordou e o menino sumiu!
Até que houve um dia,
Em que "alguém"...
Sorriu...
Olhou...
Chorou e se machucou.
E logo depois sumiu.
Todo mundo olhou...
Mas ninguém também viu!
Em Conformidade!
Reencontro!
O desejo e a esperança voltaram a brilhar
Os sonhos se beijam
E num eclipse de afinidades iluminam duas vidas
Dentro de um universo mágico
Desejado por duas almas afetivas
Encontram-se e acrescentam-se
Olhares se mostram e se revelam
Nos gestos, toques, melodias
Até se reconhecerem nos mesmos sonhos
E mais uma vez
Aquela mesma sensação
Redescobrindo o viver
Revivendo o descobrir
O despertar de fantasias adormecidas
O reencontro!
Os sonhos se beijam
E num eclipse de afinidades iluminam duas vidas
Dentro de um universo mágico
Desejado por duas almas afetivas
Encontram-se e acrescentam-se
Olhares se mostram e se revelam
Nos gestos, toques, melodias
Até se reconhecerem nos mesmos sonhos
E mais uma vez
Aquela mesma sensação
Redescobrindo o viver
Revivendo o descobrir
O despertar de fantasias adormecidas
O reencontro!
Vieste!
Com o fio dos sonhos e o mel da flor
Fizeste...
As asas de seda pra voar
Com o som das estrelas e a serenidade da lua
Trouxeste...
Abraços macios e beijos doces
Encantos e acalantos, veio iluminar...
Vieste...
Sem rumo, sem truques, sem nada esperar
Com a alma e a coragem
Pronto pra me amar
Seja num passo de dança,
No encontro das mãos
Seja no nascer profundo de um eterno olhar!
Fizeste...
As asas de seda pra voar
Com o som das estrelas e a serenidade da lua
Trouxeste...
Abraços macios e beijos doces
Encantos e acalantos, veio iluminar...
Vieste...
Sem rumo, sem truques, sem nada esperar
Com a alma e a coragem
Pronto pra me amar
Seja num passo de dança,
No encontro das mãos
Seja no nascer profundo de um eterno olhar!
Cartas
Escrevo cartas ao amor
Palavras com cheiro de flor
Coloridas com a dor
De lembranças não vividas
No coração de quem amou
Em doces fantasias enlouquecidas
Escrevo cartas à paixão
Vislumbrada ilusão
Perigosa invenção
Cujo fim é a solidão
Escrevo cartas aos sonhos
Vestidos bordados
De desejos infinitos
Panos manchados
Desenhos esquisitos
Saudade em pedaços
De momentos esquecidos
Escrevo cartas à felicidade
Uma ave solta livre pelo ar
Peço ao vento com bondade
Que possa lhe entregar
O meu sorriso sincero
E a coragem de lhe buscar
Escrevo cartas ao vento
Que sem pedir licença ou consentimento
Invade minha alma pequena
Trazendo de volta sentimentos
De uma época tão serena
E as flores secas do outono
Abrem a página do meu passado
Revelando de novo as primaveras
Dos anos rebeldes e dourados
Escrevo cartas ao tempo
Que às vezes parece-me tão mal
Levando as últimas lembranças
Desfaz nos meus cabelos as tranças
Desmanchando os mistérios da minha infância
Mas depois subitamente
Devolve-me sem mais as esperanças
E minhas mãos paradas nem sempre alcançam
Escrevo cartas a morte
Pedindo que ela me toque
Com sua luz eterna
Não me escuta, finge-se de surda
E simplesmente desaparece, morre
Mas quando vem inesperada
Em sensações descontroladas
Desesperada eu lhe peço
Para não me levar
De joelhos no chão
Coloco a mão no coração
E me ponho a rezar
Escrevo cartas aos pensamentos
Esses retratos de sentimentos
Controladores inconscientes
Mais velozes que o tempo
Ora apagam-se lentamente
Ora acendem-se de repente
Escrevo cartas à lua
A mulher de fases iluminada
A criança serena e nua
A fada que respira mágica
A menina que canta o amor pelas ruas
Escrevo cartas ao suicida
Na confusão interna dos meus gritos
Quando ouço dele as despedidas
Quando vejo a cor do vazio
Parado, ele fixa
O seu olhar na minha dor
E rir quando meus olhos choram
E chora quando meus olhos riem
Escrevo cartas ao poeta
Poesias tão concretas
Na realidade onde estou
Poesias abstratas
No meu mundo sonhador
Poeta empalhado
Pelo sopro de um poema sem amor
Poeta tão cansado
De ser o seu único admirador!
Escrevo cartas para alguém
Não sei a quem
Nem sei se terão fim
Só sei que essas cartas
Sempre voltam para mim!
Intensidade
No fluir de poesias sem palavras
Nos balés da alma
Ela existe!
Silenciosa! Apaixonada!
Misteriosa, Amada!
Ela vive!
Quimeras! Sonhos! Segredos!
Brinca com o vento
Nas asas que levam ao desconhecido,
Aos caminhos infinitos de si mesmo!
Buscando a verdade
Escondida no âmago das coisas
Do outro lado
O de dentro pra fora
Ela vai desvendando
Que nada é por acaso
E com boas vindas recebe a aurora!
Presentes pra Deusa Lua! A poetisa da solidão das ruas!
Quanta coisa nela há que também é coisa tua!?
Saudades não vividas, as famosas coincidências e fases da vida...
Mistérios vêm da voz noite
Traduzindo sensações antigas...
Pedaços de outras vidas!
E ao contemplar os olhos da morte
Ela descobre a Deusa Eternidade!
A força abstrata do amor supremo! Divino!
E o que se pode dizer
Aos olhos do horizonte?
Dos Caminhos que lhe conduzem
E não há como se perder
Os momentos em que se entrega
Mesmo sem entender o por quê...
É Intensidade!!!
E Sempre... Há de ser!!!
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