quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O nome dela é Yayá!

Gente como a gente
A gente diferente
Que faz o mundo girar
Ela sacode a poeira
Bota o sorriso no rosto
E corre pra ver o Sol raiar
Ela com sua ginga ligeira
De alma colorida e pele preta
Dá um brilho especial a vida
E mesmo com lágrima no rosto
Não deixa a alegria passar
O nome dela é Yayá
O nome dela é Yayá
Ana Carolina, Ana menina
Karu, Kaju, kaká
Mas minha alma escolheu
Quando no seu abraço me acolheu
E agora o nome dela é Yayá!
O nome dela é Yayá!
Axé minha Mãe!

Zé...

 
Zé la de riba
Zé do sertão
Zé de que família?
Zé de zés irmãos
Zé não se sabe mais de onde
Zé fugiu e não tem mais casa
Zé que da miséria se esconde
Numa cidade sem alma
Zé do violão que canta
Pra alegrar a dor da fome
Zé que a seus amigos encanta
Espantando a solidão da noite
Zé que seria José, se só Zé não fosse!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A dita dura do SUStema!

Se empurrarem não engula
Se engolir não se renda
Vomite o que chamam de cura!
E quando vier o monstro do SUSto
Finja que leu a bula, mas não trema.
Abra seus ouvidos no escuro
Atente-se ao aparelho mudo
A tudo mata sem ter pena!
Desenforme-se o quanto antes
Não deixe sua mente surda!
Não se conforme!
A voz não nasceu pra ficar muda!
Deixe sua alma revidar
Nesse lugar eles não podem lhe sufocar
Mas se fingires que não vê
Ele envenena e te morde!
Depois de ligar a TV
Com uma bomba midiática o miolo explode
Já dizia Dona Rosa
Uma vez acorrentados movimentem-se!
Olhem para todo o aparelhado!
E defendam-se!
Não se aSUSte
Esteja esperto e desaperte o mute.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Criança!

 
Encontrei um grilo sobre a sacada
Na manhã de domingo e de algodão-doce
O grilo tinha asas verde esmeralda
E fez cri-cri durante toda a noite

O vento fez cócegas no meu cabelo
E o grilo voou espantado
Eu ri da nuvem que tinha forma de camelo
E o algodão-doce caiu lá em baixo

Olhei pela janela do meu quarto
E lá no chão riam as formigas
Todas felizes cochichavam
- Ah! Como é doce essa vida!

Eram o grilo e as formigas
O camelo e as nuvens
Algodão-doce, vento e janela
O mundo de cores pintado por ela!

Menos um!

O discurso ideológico burguês passeia livremente sobre as mentes samongas durante a missa jurídica semestral. A alienação rotineira salta dos olhares nublados e esfumaceia o ar de mais uma prisão literária repressiva. Repetitivamente aprende-se da história, a velha estorinha do "justiceiro" que sob o véu de palavras sedutoras legitima o modelo antigo de exploração e discrimina com estereótipos de teorias dominadoras, os explorados. 
Os docentes re-utilizam os pré-conceitos estabelecidos e já não exclamam em seus olhos o brilho da dúvida, da indagação, e nem mesmo o da indignação... E tudo parece tão normal... numa sala que fede a alienação!
Os discentes em seus "assim seja"s coloquiais, automatizam-se através de sermões e brocardos; e no auto copia/cola enfeitam seus cadernos com argumentos superficiais que só reproduzem a mesma "Constituição" da história jurídica. E descaradamente exacerbam o individualismo tornando-o um monstro visível do curso de Direito. Ainda roem as unhas de ansiedade para na próxima avaliação bimestral tirarem a nota mais alta e se possível anunciar nos corredores da Universidade, a vaidade fenomenal.
E o curso segue impunemente sua metodologia selecionista e esmagadora, justificando o sistema atual e a irracionalização de seres humanos quando abrem a boca e berram "indignados": 
(Pena de morte! Esses marginais tem mais é que morrer! Ah! Tem trabalho, tem emprego, tão roubando por que? Prisão é pouco! Tem que ter pena de morte! Incêndio na favela, hahaha, eles fazem casa onde não devem e só atrapalham, além disso só tem traficante lá dentro, tem mais é que morrer! E o nordeste, a gente sustenta aquela porra lá, e o povo nem trabalha. Ah vão se fuder, esses bicho são tudo palha mesmo!)
(Pô cara! eu tava lá na Bahia e os policiais pegaram um bando de "marginalzinho" roubando, cheirando, fedendo... não podiam nem colocar eles no chiqueirinho, porque são protegidos pela Lei. Pô cara nada a ver! Que viagem!)
E me arrepia tanta ignorância e estupidez! Mentes medíocres que se alienam com a futilidade de um discurso cortês, com a máscara da televisão sentados no sofá "vivendo" o mundo de onde está.
Paletós e  tailleurs sustentam o teatro onde ensaia a geração de futuros exploradores. Dentro do mundinho do seu umbigo eles sonham com pisos salariais altíssimos, advocacias, magistratuas... ah! E o carro do ano! Pensei talvez, se não seriam dignos de pena... e por ter pensando nisso, talvez o fossem. Mas como  podem ser dignos se quando vêem a miséria alheia não sentem um pingo de desconforto ao sorrierem como se estivessem assistindo um filme de comédia!
A realidade é tão próxima e mesmo que o aparelho ideológico vigente tente mascará-la, só não ver quem não quer enxergar e prefere viver mergulhado no poço da indiferença.
Lá no fundo, no cantinho da sala de aula, observando, vou lavando meus olhos com a luz do idealismo e humanidade que habita em mim... Ora matuto um plano estratégico de fuga para o alto da montanha que avisto pela janela da sala; ora discuto com minha inércia diante de coisas absurdas que meus ouvidos ouvem quando minha  boca serenamente se cala.
E sigo a tecer o meu ideal durante esse percurso e no final, sobrevivendo, sei que o meu verbo soará livre com toda lucidez da minha humanidade e esperança de um mundo melhor, ele se fará vivo, latente!
De uma coisa tenho certeza... não faço parte do corpo dessa "missa" desde que entrei no curso de Direito . A cada semestre é como se eu tivesse me tornando menos um e não mais um. E sinto que não estou sozinha nessa luta, pois sei que no dia-a-dia da história desse mundo, nós os "menos um" fazemos a grande diferença!

sábado, 25 de setembro de 2010

Um pai de latinha - Jan 2004

 
Dos brinquedos que eu não tive
Restaram pedaços quebrados
De uma angústia que sobrevive
No meu coração solitário

Aqueles inventados nas ruas
Ruas em que vivia
Verdade nua e crua
Meus brinquedos de latinhas

Fui juntando e pensando
O que construirei?
Amassei, cortei, imaginei
Fui modelando e inventando

Era tanta coisa que eu queria
E não podia ter
Irmãos, casa e uma família
Que me desse um sentido de viver

Fiz um boneco e então
Passei a chamá-lo de meu pai
Não contive a emoção:
Dos meus braços eu não o soltaria jamais

Um boneco de latinha
Era o pai que há muito tempo
Tanta falta já fazia
Quando mamãe acabou morrendo
Levando uma metade minha

A metade de um vazio
De um pai que eu não conhecia
Perambulando pelas ruas
Eu ia sentindo saudade do que eu não tinha

Para o meu papai de metal
Dei-lhe também um coração
Parecia loucura, coisa anormal
Mas ele me enchia de proteção

Ao fechar os olhos
Ouvia chamar-me de filha
E eu suspirava cantando
O meu pai, minha vida!

Mas o tempo foi passando
E eu envelheci
Debaixo desse frio viaduto
Papai ficou mudo
E de uma coisa eu esqueci

O fim dos meus dias
Está para chegar
E agora meu Deus,
Quem do meu boneco vai cuidar!?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fé...



Passeiam meus olhos nas paisagens verdes
O sol tudo ilumina
O cheiro de tangerina
Leva-me a poesias distantes,
Sorrio que nem criança
E tudo o que era antes
Agora também o é...
Eu vejo as mesmas flores, porém mais vivas e cintilantes
Elas dançam nos canteiros e as borboletas colorem o azul celeste!
Eu respiro esse ar solene, e tudo o que minha alma suspira se faz!
Não tenho mais medo
Agora sinto a asa da paz
Não há segredo
Fé...
E nada mais!

Flor menina!



Cheiro de flor de dendê
Brisa do mar, renascer
Segredo de menina sereia
Desenha seu sonho na areia
E as ondas vêm abençoar

Toda essa garra mansa
Vem do tempo de criança
Jeito sereno de lutar
Leva no peito a esperança
E nos olhos o brilho do luar

Flor menina rodopia e dança
Com o batuque do lado de lá
Menina flor não se cansa
De sentir o vento e voar!

Voa longe, voa
Solta tua voz macia e ecoa
Para que o mundo volte a sonhar!

Meu poema vivo!


 Tudo o que há em seus olhos, e todo esse mel único que habita teu ser!
Não consigo falar, expressar, dizer em poesias, textos, gestos e formas...
Por mais que eu queira, acredito que jamais poderei traduzir concretamente,
Tudo o que és hoje na minha vida!
É suave como respirar, e mesmo assim todo esse ar puro que agora nos envolve ainda não seria suficiente para decifrar tanto mistério, tanto encanto, tanto sentimento, que a cada suspiro explode em faíscas de sensações sublimes... Que nada nesse mundo poderia alcançar!
É como se eu te trouxesse aqui dentro durante séculos, e agora despertasse em demasia, como uma fonte de água cristalina que jorra em meio ao deserto, reconhecendo cada grão de areia banhado.
E assim, cada pedaço do meu corpo, cada canto da minha alma, encontra em ti um recanto de paz e luz! Tu és minha força branda que me impulsiona a voar, alcançar as montanhas, desafiar o tempo e ter a sensação eterna do sonhar! 
És minha inspiração de vida, ar divino em brisa leve de emoção, poesia muda carregada de lágrima doce, sabor de céu...
Eu não saberia meu amor, viver sem a tua presença, e assim perderia os sabores e os sentidos da vida.
Porque tudo o que há em seus olhos, tudo que há em ti, eu também o sou!
Porque tudo o que eu sou, tu também és, e nada pode separar duas almas,que para se tornarem uma só, bastou apenas um olhar!
Ah! Como eu te amo... Tanto, tanto e tanto!!!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Frio...




O que dói mais, não são os dias que vão se tornando tão vazios,
Nem a saudade que dilacera o peito em milhões de pedaços.
O que dói mais não são as lembranças que ficaram tão distantes,
Nem essa distância que parece não ter fim.
O que dói é o ar que me falta, a fome de amor que não passa!
O que dói é a secura nos meus lábios de uma sede que eu não posso saciar!
É acordar sentindo o frio de um frio que eu não consigo enfrentar,
É andar pelas ruas de mãos dadas com a solidão, desejando sentir as tuas,
É chorar no canto escuro quando de olhos fechados suplico teu toque sereno,
O calor da tua pele, a força do teu abraço.
É olhar pro céu à noite e não saber mais como contemplar as estrelas e a Lua,
É perder-se num encanto levado pelo vento que ao mesmo tempo que corroe as paisagens vividas, eterniza os momentos mágicos no coração!
O que dói mais não é não saber pra onde ir, o que fazer, como caminhar...
O que me dói mesmo é não estar a cada segundo ao teu lado sentindo a vida intensamente pulsar dentro de nós dois!
Não existo sem o teu amor!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Borboleta!

"Não preciso que me digam de que lado nasce o Sol, porque bate lá meu coração!"



Voa no teu canto de mar
Sob as águas que passeiam o teu sonho
no colo sereno do azul celestial
Leve, deito-me e rezo...
para que o amanhã retorne
nos raios de Sol
entre a brisa dos coqueirais!

Um pouco dos meus ais...


Venho através deste notificar minha indignação diante da manipulação da mídia sobre nossas emoções, remetendo-nos a um complexo de ansiedade e confusão, de desespero e ao mesmo tempo de alienação. É notável o quanto a sociedade é vitima das manifestações da mídia que acaba espalhando angústia, dúvidas e até visões de catástrofes mundiais... Mas por que vendem tanto? Por que o ser humano se entrega a desesperança, fantasiando a própria destruição, temendo sempre a possibilidade da morte?
Quando num mundo cada vez entediado a morte também anda presente nas nossas ações como ser humano. Estagnados, amoldados, histéricos, amortecendo a nossa capacidade de buscar soluções, nossas esperanças, nossos sonhos. A radical solidão dos homens de hoje, tão modernos que somos, mostra-nos a nossa fragilidade diante das instituições poderosas que dominam nossas emoções, crenças, e ações sociais.
Sobre o alarme das doenças contagiosas, das catástrofes mundiais, é de se indignar o quanto estamos alienados e preocupados mais com nosso próprio corpo do que com nossa mente e alma. Quantas catástrofes acontecem no dia a dia, e muitas vezes deixam de ser anunciadas nos jornais, quantas crianças morrem de fome e de frio nas ruas das grandes cidades, e nós cegos de tanta solidão, egoísmo e exaustão... Para onde olhamos, o que estamos lendo?
Por que não fazer uma movimentação com todos os meios de comunicação, não para alarmar, assustar, aprisionar, mas buscar soluções, espalhar o espírito de solidariedade, de amor à pátria, ao mundo, às pessoas. Espalhar a esperança, incentivar a capacidade que cada povo possui como força motriz de um mundo melhor, justo. Onde todos possam ter acesso à informação, com dignidade, com clareza e com verdade. Onde as pessoas vivam com tranqüilidade, e lutem e acreditem na mudança social. Onde a utopia seja um instrumento real de ação-reflexão dentro de uma ótica libertadora, implicando perceber a realidade como ela realmente é, e por fim transformá-la como deveria ser, e não tapar o sol com a peneira ou manipular a todos através de sistemas cruéis e desumanos.
Enfim, deixo aqui minha opinião, e reforço que por nossa histeria incurável não vimos a que abismo estamos afundando a nossa própria razão humana. Escravos a vítimas, seguimos os rastros daqueles que dirigem a nossa rotina.
Peço-vos desculpas se falei mais do que desejei, mas não pude conter as palavras que por vezes caladas assombram em ansiedade o meu calejado coração.

Solidão e mel!



O que me consome não me traduz
O que me destrói não são os dias sem luz
O que me amarga não é a ajuda ignorada
Nem tampouco o prazer de um tolo
Ao ver-me grunindo, se lança em gargalhada
O que me dói, não são os espinhos
de uma vida enfarpada em redemoinhos
de coisas que se repetem
frases, gestos, mentiras, 
fatos indigestos, 
que me levam a voar daqui
aonde eu possa ser livre e partir
em solidão e paz!
Não temo a imaginação que me toma
em dias escuros e sombrios
Não temo os dragões que afoguentam em seus ares
os desejos e ideais de uma mulher
que viaja no tempo, outras epocas
buscando além de si
a chave de todos os seus eus e mistérios!
Não me contém nenhuma frase romântica,
cheirando a flores de campo
se em meio a fumaça do dia
vejo que não passas de promessas vazias
não me convém com palavras e enganos
dizendo ser o que não o é em seus planos
quando carente apela um pouco da minha melancolia
O que me destrói não me pertence
O que me consome jamais entenderás
quando o mel que me adoça a boca
já não sabes como encontrar!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Saudade



Eu só queria agora
Deitar sob a luz da aurora
Dormir nos sonhos de outrora
E me ver sendo inteira e tua
Eu só não imaginava ser
Essa distância tão amarga
E nem minha fraqueza enrijecer
A cor do nosso conto de fadas
Eu só não tenho força pra entender
Como contemplar o sol e a lua
Por onde caminhar
Se perdi o endereço da tua rua
Se eu pudesse ouvir do vento
As respostas que preciso
O que fazer das minhas escolhas
Pra que lado eu sigo
Se eu pudesse ler nas estrelas
O porquê disso tudo
De onde vem esse medo
Por que de repente fica tudo escuro
Se eu pudesse agora caminhar no universo
Como há tempos eu fazia
Fechar os olhos e flutuar os meus pés
Compondo as respostas que preciso
Nas asas dos cometas, em poesias
Deleito minha alma na dor saudade
Alimentando-a de tudo o que passou
Grito meu choro e nego à realidade
Numa viagem ao templo de esperanças
Busco tua eterna presença
No amanhã que não chegou!

Falarei...





Das poesias, frases e fases, aquarelas e telas, vindas e idas, descobri a cor do meu viver. Desfiz sonhos em pedaços, outros permaneceram intactos, distraí os meus medos, e desmanchei minhas lágrimas em pétalas de flor! Lutei contra o tempo, briguei com a dor, morri e renasci a cada despedida, a cada fluir de um recomeço, a cada perda, e ao ver as palavras caindo em precipícios, corri entre os campos e as colinas, teci minhas asas, e dei vida ao vôo da minha história. Dos grãos cristalinos da superfície de uma estrela e das luzes de um cometa, criaram-se as asas... Asas do sem-fim, despertando a liberdade e coragem, pra viver os valores plantados no jardim!
Os sonhos guardados renovaram-se com o ar puro vindo das montanhas. Varreu as folhas secas da casinha de madeira, e reacendeu a lareira, esquentando a alma. E o jardim feito de emoções e razões, que sobrevivem, foi colorido de nuances de paz e raios de luz por todos os cantos. Algumas roseiras indispensáveis... Flores amarelas! Pequenos girassóis! Jardim secreto e eterno de outonos e primaveras suaves... Onde o vento ecoa as vozes macias dos pássaros poetas e revelam a essência viva da pureza de um sonho! Tão real, tão natural, tão simples! Dos tesouros da infância que minha alma nunca abandonara, por ela sobreviveu e caminhou até aqui!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brasil il il il!


Verde-amarelo
Branco e Azul-anil
Eis o illl do páis de todos
de nome Brasil
Eis o illl illl da vaia dos astutos
a quem vive no mundo servil
O verde das matas, e o amarelo do ouro
O azul do céu limpo e a branco da paz eterna  
Isso tudo é blablablá, é conversa
No páis de "todos",
O verde amarelou no escravo rosto do suor-resto 
E o amarelo de Brangança virou verde para o bolso fundo dos espertos!
E a bola na rede, é comida pro grande peixe
Que neutraliza a atenção dos olhares inquietos
Seguem o caminho da jabulani
A gente toda mesmo com fome
Lacrimejam inocente 
De emoção e humildade estendem a voz
Ao grito do Gol fenomenal!!!!!
E a bola da vez que não dá bola
Não dá bola e finge que olha
A criança que morre no semáforo da capital 
Ignoram, nem mesmo se cheiram e gastam a cola
Do sapato de couro do Jornal Nacional
Pintam o Brasil de verde e amarelo
Colore o povo com o pincel da Golbalização
E tudo passa a ser bonito e natural
A nobreza e o seu carnaval!
Viva o Brasil! Viva o País de Todos!
Viva os caras-de-pau!
Tá massa! Tá todo mundo louco!
Verde e amarelo
Branco e Azul-anil
E a nossa dignidade?!?
DESCOLORIU??????

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ausência


 
Falta o ar, o chão, o alcançe das mãos
Faltam os gestos, os toques, o som do coração
Saltam os olhos, e as lágrimas suplicam ao tempo
Procurando abrigo, afago, alento
Falta a sensação, o calor e o brilho do sol
O sorriso amarelo descolorido no rosto
Estremece ao sal do corrégo que escorre na pele
E faz doer o passar das horas
Rasgando o peito e as lembranças
Espinhos de rosas perfumadas pela saudade
De quando o sonho vivo em minha carne
Corria o sangue pulsando a vida do meu maior desejo
Faltam as palavras, a liberdade, o correr livre
Dos passos que desenham no caminho
Danças da alma, doces linguagens corporais
Faltam-me as asas, o azul preenchido com o amor dos olhos seus
O caminho da praia e a vista do horizonte
Falta o batuque, a coragem, a garra
As histórias do mar, as melodias e marcas de um povo meu
Falta-me a gente que sente, geme, chora e sorri com a mão estendida
No interior idealiza...
Com ares de festas e agradecimento
A simplicidade de crer no amanhã da vida!
Falta-me a cor viva dos meus olhos
Quando já não vêem mais as paisagens do coração
As janelas se fecham e a respiração renega
O ar estranho que agora me envolve
O nó contorce a esperança de regressar
Amarga o sabor do destino, perco o tino
Ah! E quando dar vontade de fugir, correr, sumir, soltar a voz e voarr
Ainda que falte a mim num lugar que não sou eu,
Tento ultrapassar o paralelo da ausência
Buscando no abraço sincero de uma alma-amiga
Reviver aquela que mesmo distante sobrevive em sua essência
No recanto de sua memória em cantos de luz e poesia
Cultiva sonhos de outrora desafiando a distância e a melancolia!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Faíscas!

  
Já não tenho endereço certo
Nem sei onde mora a minha casa
Vivo pelo mundo a procurar
O outro pedaço da minha asa
Andarilha sem destino
Meu rumo está em cada olhar
Nos disparos de esperança sem brilho
Nos pontos de ônibus, nas calçadas
Viadutos, bancos de praças
Coberto pelas notícias dessa pátria sem lar
Afago o rosto da solidão
E recebo dela compaixão e verdade
Desenho na parede do meu sono
Sonhos coloridos de solidariedade
Contemplo o semblante da tristeza
E ela ensina-me a contradição
De enxergar através do escuro
A chama da utopia, faíscas da revolução!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cicatrizes!



Já não posso dizer as mesmas coisas
Que dantes foram ditas
Perante a íris do teu olhar
Quando num instante estive livre
De tudo o que não vivi inteiramente...
Há em mim pedaços de histórias
Versos que rasgam a memória
Em flashes de tristeza e dor
E qualquer palavra que de mim ouça
É pra ecoar no mundo lá fora
É pra defender os meus ideais
É pra chorar a minha ferida
E bater minhas asas até as montanhas
Onde eu possa derramar os meus ais
E não querer voltar nunca mais
Não derrame lágrimas nem me olhe assim,
Toda vez que eu senti vontade de partir,
Apenas, deixa-me ir!        

Selena!

 
 
"A minha casa é a lua cheia, há muito tempo eu moro lá... 
Meu corpo é desse mundo aqui, mas meu espírito é do luar!"
 

Eterna luz a me embalar
Nas asas de vaga-lumes
Poetas do luar
Grãos de estrelas que se misturam
Não param de dançar
Colore a paz na terra,
E vive solene a encantar
O coração de violeiros da rua
Que compõem novos sonhos com a lua
e espalha-os nas águas do mar!
Clara!
Leve meu corpo flutua
E já posso sentir e tocar
A pele da minha alma nua
Transparecendo paisagens
oriundas do lado de lá...
Mágica!
Deusa conduz meu espírito
nesse universo sem fim
Nos jardins secretos do meu coração
Vou descobrindo o eterno de mim!

sábado, 5 de junho de 2010

Nas asas macias do vento!



Atravesso o escuro da noite
Num raio de luz de luar,
Desafio a distância e o tempo
E nas asas macias do vento
Alcanço a eternidade
Que há dentro do teu olhar!

Não vejo a hora de me libertar em teu abraço
E sentir a vida fortalecer nossos laços
Num beijo que tanto sonho sentir
Num toque puro do teu amor em mim

Que saudade dos nossos olhos a contemplar
O cheiro das flores, o horizonte, o canto do mar
O brilho do Sol refletindo nossas almas
Num pedaço de azul do céu que vem abençoar!

Amor, meu caminho é ao teu lado
Já não posso viver tão longe assim
É a certeza que me mantém firme em meus passos
De em breve estar pra sempre, junto a ti!

Eterno presente, do universo a nos permitir
Viver a alegria de um verdadeiro amor
Eternamente grata por te descobrir
E te levar na luz dos olhos meus,
Aonde meu coração for!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Amigo!




Eu olho pra dentro de ti e vejo-me em teus olhos
Brilhando contente feito uma estrela
Abraço teu abraço macio e sinto
O gosto sincero dessa infinita proeza
Sorrir com teu sorriso
Compartilhar os sonhos e juntos voar
Enfrentar os possíveis abismos
Acreditando no melhor que há de chegar
De mãos dadas cantaremos
Sob a melodia dos passarinhos que agradecem
A vida, a natureza, as flores e o luar
A simplicidade que nos preenche de pureza
E leva-nos sempre à esperança cultivar
O dom da amizade, a força do amor
Sem nada em troca pedir ou esperar
Amigo! Levo-te aqui dentro comigo!
E mesmo se distante estiver
É presente e viva a emoção
De lembranças, abraços e sorrisos
Eternos a aquecer o meu coração!

Prospera!



Flor amarela um dia
despetalou-se
em versos transparentes de poesia 
e virou uma pequena libélula,
De cor de primavera
Prospera
Prospera!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Distante!




Queria voar
Abrir os braços e sair por aí
Até encontrar
Tão sonhado lugar
Em que eu possa existir
Sem nada suprimir
Ah! Quem me dera libertar
Essa voz tão cansada
Esse olhar tão distante
De quem luta em acreditar
Na verdade que virou mentira
Na incerteza que se tornou a vida
Nas paisagens que não sobrevivem mais
Só por um instante, eu desejaria
Sentir-me livre e contente
Nesse mundo e não vê
A tristeza estampada no rosto dessa gente
Que vive sem ter por que!
O tempo que era sagrado
Tornou-se tão escasso
E quando abro os olhos meus
O trem dos sonhos já passou
O ônibus no ponto já chegou
E nem deu tempo de dizer adeus!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Castelo de pedras!



Num castelo de pedras me reconstruo
De águas profundas que correm o rio do meu canto
Pedras que falam, pensam, choram, sonham
Pedras de todas as dores, cores e tamanhos
A temperança no meu olhar enternecido
Preenche de horizonte o mar que ainda não chegou
Busca no escondido o adormecido
Das pedras que o tempo nunca rachou
Em livros velhos e empoeirados
Poesias de vida, morte e labor
Desfaz o templo de sonhos quebrados
E retorna em luz à poetisa a me compor
De cor invisível revestir-me-ei
Pra que me vejam os olhos como estou
E conquiste sem conceitos o sentimento
Do mundo que em mim, serenamente sou
Não deixarei buracos, nem fendas, nem frestas
Pra que o Sol derrame nas palavras que o dia alcança
Luzes de sabedorias e valor
E exporei com coragem as minhas entranhas,
Mesmo diante de risos falsos e artimanhas
Daqueles que não conseguiram tocar o invisível de si
Não me tornarão também,
Pedaços vazios de mim
Compondo músicas com os vaga-lumes do luar
E com a orquestra de suas luzes, o meu caminho iluminar
Voarei ao som de asas, borboletas, cigarras
Som da terra, som do mato, dessas águas
Deleitar-me-ei e renascerei... Aurora!
Já não me conterás nesse ar de fora, submissão
Nem me acordarás pra esse mundo, desilusão
Viverei e aprenderei com as pedras que juntei
Fortalecendo nelas o segredo de cada sonho regado
Nesse castelo de luz e sombra
De ventanias em palavras vivas,
De pedras d’água que respiram
E suspiram orvalhos de amor!

sábado, 10 de abril de 2010

Liberdade!


Não aperte-me em tuas mãos
Deixe-me ser o meu eu-passarinho e voar
Porém, não me solte de vez não
Deixa eu sentir o calor desse amor e sonhar
Antes de partir e a ti retornar!
Mas eu preciso respirar agora
E pelos mares dessa vida navegar
Sem medo das tempestades lá de fora
Deixe-me solta, e deixa-me ficar
Mas não aperte meu coração
Porque ele pode se machucar!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Vendo as pedras que sonham sozinhas no mesmo lugar!"

O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos. (Charlie Chaplin


Como pode alguém sonhar o que é impossível saber? 
E como pode alguém saber se é possível realizar se não sonhar? 
E como pode alguém dizer que não sabe o sonho se não arriscar em o saber? E como sonhar com algo que é possível saber, se assim, não seria sonho, e não seria mágico realizar, algo impossível de saber, quando em não sonhar se deixa de viver... Ora! Já não seria realização, se sonhássemos sempre com o que pudéssemos saber!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Estrelas

Brilham tão forte as estrelas
De pedaços de sonhos meus
Pontos de luzes na minha alma
Acendem a luz da minha casa
Refazendo minha fé astral
Cultiva-me serena pela escuridão da noite
Afastando temores e tremores
Passados presente, dores
Coisas que se foram e não voltam mais
Estrelas! Lanço-me no espaço
Guia-me na firmeza dos meus passos
A minha força e meu querer
Coragem de gente que é gente
Que faz por onde: Acontecer!
Estrelas!

domingo, 4 de abril de 2010

Jaz em mim



Já é de manhã
e meu coração desperta em pétalas
ao ser tocado pelo brilho do Sol
Meu olhar percorre nas águas do rio
o caminho desse sonho doce
que transborda a íris do meu ser
de leveza e orvalho de lágrima
Pura
É a esperança com cheiro de jasmim
Flor... renascer de mim,
em versos brandos de amor
Infinito
Cristal de luz
Branco sorriso de paz
perfuma em minha vida, a alma
que germina no meu jardim
a eternidade de um encanto sagrado
Exalando a beleza e a perfeição
Que jaz em mim
Pequena flor, 
Jasmim!

domingo, 7 de março de 2010

Meu Amor!





O momento em que toda a força das estrelas passou por mim e trouxe-me de volta!
Foi quando eu olhei dentro dos teus olhos e vi minha alma brilhar entre as estrelas do meu sonho.
Foi quando seguraste firme minha mão e pediste que eu não tivesse medo, pois teu amor me protegeria do frio.
Foi quando me entreguei e deslizei no teu leito sem segredo,
como se fosse a primeira vez... 
Descobrindo no teu toque sincero o meu melhor desejo!
E tudo aquilo que eu acreditava, realiza-se agora, a cada instante,
Porque te sinto dentro de mim incandescente, 
Como a luz daquele luar que nos envolveu!
E sei que logo esta saudade há de ter fim,
Pois nada pode o tempo e a distância
Para um amor tão grande assim!
Os caminhos naturalmente se abrem, como as flores do nosso jardim desabrocham feliz ao nascer do Sol!
E tudo se torna claro, manso, rio sereno e profundo...
Que segue seu curso para viver a imensidão do mar!
A música da minha vida soa nova e fiel melodia,
E no silêncio, já não preciso fechar os olhos pra ouvi-la
Basta amar assim... Como te amo!
Que meus sentidos flutuam pelo céu de poemas sem palavras,
Quando nossos corpos se tornam uma só alma!
Posso voar... Sem imaginar, posso voar
Sem asas inventar!
Naturalmente... Hoje, eu posso voar!

Com saudades e infinito amor,
da sempre sua,
Julianne
   




Sim! Eu ainda sou aquela, aquela menina, de laço de fita, debruçada na janela do seu quintal, que plantou em sua alma, os mais belos sonhos, os mais lindos poemas entre as flores de sua fiel imaginação. E hoje, quando já não mais esperava, e tão pouco acreditava, aquela menina sobrevive e vive, agora o seu sonho de amar, seu sonho de amor!
Sim! Aquela menina voltou!!!

sábado, 6 de março de 2010

Agonia!

Corre em minhas veias quentes
O sangue frio do meu dia exausto
Como quem vive e morre de repente
Eu me vejo entre as caras e bocas de um ônibus lotado
Pessoas expressam suas agonias
E se apertam nas faces de um arame farpado
A minha agonia se torna a maior de todas
Na janela meus olhos seguem arregalados
Querendo escapar dessa jaula louca
Meu eu se devora na expressão de um rosto cansado
Não consigo ouvir meu coração
E a voz se perde entre o barulho do asfalto
Que grita versos de solidão
E saem dos meus olhos, como vidros quebrados
O passado... sombra de revolta que gira e volta
No realismo de um dia normal
Me vejo grunindo entre a poeira da rotina
Arranhando a vida com meu instinto animal!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Nas cores iluminadas do arrebol!

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Nesse verão de reencontros inesperados
Veio nas asas de uma borboleta furta-cor
O maior presente que a Lua havia guardado
Surgiu em noite de estrelas num beijo puro de amor

E mesmo sem nunca ter imaginado
Eu senti no vento o tempo parar
O mundo girou e pôs você ao meu lado
Fazendo meu corpo inteiro flutuar

As palmas dos coqueiros que balançavam devagar
Em melodia doce de um lindo pôr de sol
O que era eterno laço se firmou nas areias daquele mar
Meus olhos refletiam o sonho nas cores iluminadas do arrebol

Viajando por todos os mares
Na busca incessante de emoções não vividas
Não imaginava o meu coração sonhador
Que nem tão distante esse amor nos encontraria.

E agora despertado em paisagens mágicas
Um verso simples que até então sobreviveu
Vem incendiar de felicidade o som de cada palavra
Quando teus olhos as pronunciam dentro dos meus
Como se lessem todos os desejos da minha alma
Como se reencontrasse algo que nunca esqueceu...